O deputado democrata Ro Khanna, da Califórnia, anunciou que apresentará no Congresso um projeto de lei bipartidário para revogar as tarifas impostas sobre a importação de café. Na rede social X o parlamentar ainda destacou que os Estados Unidos produzem menos de 1% do café consumido no país, e que as tarifas aplicadas aos fornecedores como Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia equivalem a “um imposto de 15% a 20% sobre os americanos no início do dia”.
Khanna ainda fez uma analogia com um dos episódios mais marcantes da história americana, a Festa do Chá de Boston, quando colonos protestaram contra taxas britânicas. Ele ressaltou que sua iniciativa é um movimento contra o imposto sobre o café brasileiro, e que “qualquer pessoa que tenha uma xícara de café sempre à mão detesta esse imposto”.
A proposta conta com apoio de parlamentares de ambos os partidos. A democrata Jill Tokuda, do Havaí, e o republicano William Timmons, da Carolina do Sul, já enviaram uma carta ao Escritório do Representante de Comércio solicitando a exclusão do café da lista de produtos tarifados. O argumento é que a medida ajudaria a preservar empregos e proteger a indústria cafeeira americana, fortemente dependente de importações.
Em 2024, o Brasil exportou mais de 450 mil toneladas de café para os Estados Unidos. No total, mais de 99% do café consumido no país vem do mercado externo, o que torna os preços internos sensíveis às variações nos custos de importação.
Segundo dados do Departamento de Trabalho, o valor do café aumentou 13% desde o ano passado. Em junho, o preço médio da libra de café torrado e moído chegou a $ 8,13 — quase o dobro do registrado há cinco anos. Especialistas preveem que, caso as tarifas sejam mantidas, o custo por xícara poderá subir até $ 0,25.
