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Dilma discursa na ONU, em NY, e fala de crise, corrupção e refugiados

Presidente do Brasil foi aplaudida três vezes em assembleia de líderes mundiais; segundo ela, modelo de crescimento econômico do Brasil "chegou ao limite"

DA REDAÇÃO (com Folha de S.Paulo e R7) – A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, discursou na manhã desta segunda-feira (28) na Assembleia Geral da ONU, em New York. A mandatária brasileira fez o discurso de abertura de um evento que reúne dezenas de líderes mundiais. Dilma falou sobre a crise econômica brasileira, sobre a corrupção no país e reafirmou que os refugiados são bem-vindos em território nacional.

Sobre a crise econômica, a presidente admitiu que o modelo de crescimento econômico do Brasil “chegou ao limite” por “razões fiscais internas” e externas e condenou a corrupção.

“Por seis anos, buscamos evitar que os efeitos da crise mundial que eclodiu em 2008, no mundo desenvolvido, se abatessem sobre nossa economia e nossa sociedade. Por seis anos, adotamos um amplo conjunto de medidas reduzindo impostos, ampliando o crédito, reforçando o investimento e o consumo das famílias”, afirmou Dilma. “Esse esforço chegou agora no limite, tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo.”

Segundo ela, “a lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo das commodities incidiram negativamente sobre nosso crescimento. A desvalorização cambial e as pressões recessivas produziram inflação e forte queda da arrecadação, levando a restrições nas contas públicas”.

A presidente disse que o governo está “reequilibrando o Orçamento”, com “forte redução de nossas despesas, do gasto de custeio e até de parte do investimento”. Ela vê o país num “num momento de transição para um novo ciclo de expansão mais profundo, mais sólido e mais duradouro”.

Corrupção
A mandatária defendeu também os avanços institucionais no Brasil e condenou a corrupção. “Os avanços que logramos nos últimos anos foram obtidos em um ambiente de consolidação e de aprofundamento da democracia”, disse. “O governo e a sociedade brasileiros não toleram e não tolerarão a corrupção”.

Dilma lembrou seu passado de luta contra a ditadura, “quando as leis e os direitos foram vilipendiados” e afirmou que “nós, brasileiros, queremos um país em que a lei seja o limite”. Na única frase que não constava no discurso escrito da presidente, Dilma ressaltou a importância da continuidade institucional, afirmando: “O Brasil vai continuar trilhando o caminho democrático”.

Refugiados
Ao longo de um discurso de cerca de 20 minutos, Dilma foi aplaudida três vezes, quando disse que o Brasil está aberto aos refugiados e ao defender a criação do Estado palestino e o fim do embargo a Cuba.

“Em um mundo onde circulam, livremente, mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir livre trânsito de pessoas”, disse. Dilma repetiu que o Brasil está disposto a receber refugiados do mundo inteiro. “O Brasil é um país de acolhimento. Recebemos sírios, haitianos, homens e mulheres de todo o mundo.”

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