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Em carta, brasileiro relata discriminação em prisão da imigração

Juliano está detido há 3 meses, devido uma abordagem policial quando trafegava pela Rota 1

Brasileiro está no Plymouth County Correctional
Brasileiro está no Plymouth County Correctional

A redação do jornal Brazilian Times recebeu recentemente a carta do brasileiro, identificado como “Juliano”, de 28 anos, natural de Nova Viçosa (ES), preso no Centro de Detenção de Imigrantes no Condado de Bristol, Massachusetts. Nela, ele relata que os carcereiros “não gostam do Brasil”, portanto, extravasam o ódio nos detidos que estão lá.

Ele detalha que inúmeros presos recebem o apoio de igrejas e líderes comunitário, entretanto, a presença de entidades brasileiras é rara no local.

“Nós ouvimos falar das associações, dos centros, dos grupos, quando estamos fora da cadeia. Aqui dentro, eu não vi nenhum deles”, relatou ao BT.

Juliano está detido há 3 meses, devido uma abordagem policial quando trafegava pela Rota 1. “Eu vinha do meu trabalho, por volta das 6:00 pm, quando um carro de polícia apareceu do nada e ordenou que eu encostasse o meu veículo”, detalhou.

Ele acrescentou que o agente era rude e gritava quando o interrogava. O brasileiro respondeu que não tinha carteira de motorista válida nos EUA, então, o policial perguntou-lhe se era imigrante e tinha autorização legal para viver no país.

“Eu fiquei sem saber o que responder, mas pelo meu nervosismo ele deve ter percebido que sou um indocumentado”, disse ele.

O agente pegou o passaporte de Juliano, foi até a viatura, conversou com alguém no rádio, voltou, pediu que saísse do carro e deu-lhe ordem de prisão.  Ele já havia sido deportado uma vez há 5 anos.

“Acho que ele queria me segurar por mais tempo, pois assim que fui levado para a delegacia, fui informado de que agentes de imigração estavam vindo me buscar”, detalhou.

Segundo Juliano, no centro de detenção o preconceito contra brasileiros é constante e aparente, até mesmo nos horários de refeição. Quando algum brasileiro faz alguma pergunta aos carcereiros, geralmente, a resposta é rude e evasiva. “Parece que eles não gostam de nós”, afirmou.

A audiência do brasileiro está agendada para o final de outubro e ele adiantou que, mesmo que seja deportado, o que é bem provável devido sua deportação anterior, ele fará tudo para retornar aos EUA, acrescentando que ama o país.

“No Brasil eu não tenho nada e aqui, mesmo com pouco, nós vivemos bem. Vale a pena se arriscar para ter o melhor em nossas vidas”, concluiu.

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