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Em New York, fase III de reabertura inclui spas, recreação, mas não restaurantes na parte interna

Em NY, salões de manicure foram liberados durante a fase III. Acima, salão de manicure no Queens, NY
Em NY, salões de manicure foram liberados durante a fase III. Acima, salão de manicure no Queens, NY

Em 6 de junho, a cidade de New York deu início a sua terceira fase de reabertura, que inclui parques para cachorros, salões de tatuagem, spas (inclusive massagem), o restante de serviços de estética (manicure, depilação, bronzeamento artificial), e a abertura de quadras de basquete, handball, tênis, e vôlei pelo departamento de parques e recreação. Originalmente, a parte interna de restaurantes estaria inclusa nesta fase, mas está suspensa por período indeterminado.

Após quase 4 meses, nova iorquinos puderam finalmente usufruir de serviços de salões de beleza pela cidade. Para a garantir a segurança de clientes e funcionários, os estabelecimentos terão que seguir normas mais rígidas. Cliente só poderão receber serviço com horário marcado. Ao chegar ao local, o cliente terá a temperatura tomada e o uso de máscara será obrigatório. Funcionários também são obrigados a usar máscaras e luvas.

Com relação aos parques, as quadras de esportes da cidade também foram reabertas, o que ajuda a aliviar o estresse de crianças e adolescentes, cheias de energia por estarem em casa, tendo aulas remotas, por todo este tempo. Os parques de cachorros também foram reabertos, dando aos donos de cachorros mais uma opção para suas caminhadas diárias.

Porém, a reabertura da parte interna de restaurantes, que originalmente estaria inclusa nesta fase, foi deixada de fora. O governador de NY, Andrew Cuomo, justifica a suspensão da reabertura de restaurantes ao fato de que há novos surtos de Corona Vírus por todo o país relacionados a restaurantes e bares. Ele não quer desperdiçar o bom trabalho que o estado desempenhou em achatar a curva de infecções e mortes.

“Com abundância de precaução e depois de presenciar a experiência de outros estados com restaurantes na parte de dentro, vamos esperar para reabri-los durante a fase III, que reinicia amanhã. Eu imploro que todos usem máscara, pratiquem distanciamento social, use álcool em gel, e continue as ações inteligentes que temos praticado e que fizeram nosso estado líder em combater este vírus”, disse Cuomo no domingo.


O Futuro da Compostagem em New York

Sinal indicando a suspensão do programa de compostagem, em ponto de coleta no Queens, NY
Sinal indicando a suspensão do programa de compostagem, em ponto de coleta no Queens, NY

Em março de 2020, devido ao lockdown estabelecido pela cidade de New York, o departamento de saneamento da cidade (DSNY) resolveu suspender o programa de compostagem, com o recolhimento das cestas de coleta em pontos determinados. A coleta de compostagem nas calçadas foi suspensa em 4 de maio. O programa de compostagem em NY, que foi lançado em 2015 pelo prefeito Bill de Blasio, sobreviverá em 2021 com cerca de 10% da verba que tinha no ano de 2020.

Enquanto cidades como São Francisco, Portland, Washington D.C. e Seattle mantiveram seus programas de compostagem, a despeito da crise do Covid-19, a cidade de New York tinha temporariamente suspendido o programa até 30 de julho de 2021. Com a passagem do orçamento para o próximo ano fiscal, cerca de $2.8 milhões foram alocados para o programa, cerca de 10% da quantia alocada no ano passado.

O programa de compostagem fazia parte da iniciativa Desperdício Zero (Zero Waste), lançado pela prefeitura em 2015, que pretendia eliminar o lixo enviado aos aterros em até 90%. Essa iniciativa era mais ambiciosa do que a implantada por Seoul, na Coréia do Sul, e São Francisco.

Porém, em 2017, o programa havia coletado apenas 43000 toneladas de material. Para o vereador Antonio Reynoso, líder do comitê de saneamento na Câmara dos vereadores, isso se deve a pouca divulgação do programa.

“Se uma pesquisa for feita entre 10 nova iorquinos, logo se descobrirá que apenas uma pessoa saberá como reciclagem funciona, como fazer direito e qual o beneficio financeiro para a cidade”, declarou Reynoso ao The New York Times in 2018.

Finalmente, a pandemia aconteceu. Depois de mais de 3 meses de serviço suspenso, parte da verba direcionada a compostagem foi restaurada. A expectativa é de que estes recursos sejam direcionados a empresas que processam o material, tais como LES Ecology Center, Big Reuse, e Common Ground Compost. Em setembro, o departamento de saneamento da cidade deverá determinar locais para receber a compostagem residencial.

O retorno parcial do programa de compostagem deve-se ao esforço de organizações voltadas a proteger o programa e combater os efeitos das mudanças climáticas. Melissa Iachan, advogada ambientalista, membro da New York Lawyers for the Public Interest, trabalhando em parceria com a Save Our Compost Coalition, explicou que a cidade deve aprovar legislação que garanta a estabilidade do programa de compostagem para o futuro e sua importância para a cidade. O CORE act é uma proposta de lei, introduzida por Reynoso e Keith Powers, vereadores em distritos no Brooklyn, que torna a compostagem obrigatória.

“Com a introdução desta proposta, vereadores Reynoso e Powers demonstraram liderança, resolução de problemas e visão. A lei não só ajuda a resolver problemas causados por cortes devido a perspectivas limitadas em redução de desperdício e de programas de reciclagem, mas também nos assegura que comunidades que foram deixadas de fora a princípio, agora terão acesso a centros de reciclagem e coleta de compostagem,” declarou Iachan.

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