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Especialistas em imigração estão preocupados com o voto latino

Possível desmobilização do voto latino pode prejudicar eleição

Mais de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos aguardam uma reforma imigratória que lhes permita legalizar suas permanências.

Especialistas e líderes da comunidade imigrante dos Estados Unidos se declararam preocupados com a possível desmobilização do votante latino nas eleições de novembro e lembraram que a participação é decisiva para se discutir assuntos de interesse para os latinos.

Se não for votar, para usar sua voz na democracia, significa que perdeu a esperança e está cedendo voluntariamente seu poder político, disse Joshua Hoyt, co-presidente da Associação Nacional de Novos Americanos.

Junto com 800 especialistas, ativistas e líderes comunitários, Hoyt participou da quinta Conferência Anual de Integração do Imigrante, realizada em Baltimore.

Entre todos há unanimidade em destacar a responsabilidade que tem aqueles latinos que são cidadãos e podem votar. É preciso ir à urna e castigar também aos políticos ou premiar aqueles que falam dos temas que preocupam, afirmou Hoyt.

As entidades civis admitem haver temor pela desmobilização. Há pessoas frustradas pela ausência da reforma imigratória durante o mandato que está terminando, outros simplesmente não votam faz tempo, explicou Gustavo Torres, diretor executivo da CASA de Maryland, entidade anfitriã este ano dos encontros sobre integração do imigrante.

Voto, arma importante

As entidades pedem esforços aos ativistas para convencer os latinos sobre a utilidade de seu voto e recorreram a assuntos políticos pendentes para demonstrar isto. O melhor método para integrar os imigrantes é passar a reforma imigratória, argumentou Torres.

O ativista considera que se o presidente Obama for reeleito haverá um momento político extraordinário, porque os republicanos se darão conta de ter perdido o voto latino e vão querer finalmente resolver o problema da imigração.

O co-presidente da Associação Nacional de Novos Americanos foi mais taxativo ao afirmar que no caso de Obama ganhar as eleições é preciso exigir dele ações em matéria imigratória.

Outro tema debatido é a deferred action, a suspensão temporária para milhares de jovens indocumentados do risco de ser deportados em vigor desde agosto.

Se o governador Romney for eleito, não sabemos o que vai acontecer, alegou Torres.

Já para Hoyt, este benefício já não tem volta. Se Romney for o presidente, ele terá interesse em ser reeleito, e apostará nos jovens latinos. Caso contrário, haverá uma revolução, não só na comunidade latina, e seria um suicídio político para ele.

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