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Estados tomam medidas imigratórias por conta própria

Na falta de uma reforma imigratória e com as ações do presidente embargadas, estados resolvem agir por conta própria na solução de problemas com a população indocumentada

Na estado da Califórnia já foram emitidas mais de 600 mil drivers licenses para indocumentados
Na estado da Califórnia já foram emitidas mais de 600 mil drivers licenses para indocumentados

DA REDAÇÃO (com Thinkprogress) – O governo federal é o responsável pela política imigratória permanente. Mas, na falta de uma reforma imigratória e com a recusa do Congresso em debater o assunto, os estados estão tomando medidas por conta própria.

A grande maioria dos estados americanos começaram a tomar providências por conta própria, adotando políticas para atender à população imigrante indocumentada residente, como a concessão de carteiras de motorista ou permitindo que indocumentados recebam descontos nas mensalidades em universidades restritos para residentes, o chamado in-state tuition.

Um estudo da RAND Corporation revelou que 46 estados já adotaram 391 medidas ou leis relacionadas a emprego, educação, moradia, saúde e outras áreas, que afetam diretamente o dia a dia do imigrante indocumentado. Isto apenas no primeiro semestre de 2015. Essa iniciativa tem crescido na última década; o número de leis estaduais relacionadas à imigração decuplicou entre 2005 e 2013.

Algumas medidas dizem respeito à intervenção da polícia local na aplicação da lei imigratória federal. Outras à verificação da eligibilidade do trabalhador pelo empregador, desconto universitário, concessão ou restrição a carteiras de motorista, cuidados com o pré-natal e seguro saúde para indocumentados. Somente 11 estados não adotaram alguma medida sobre o problema.

Usando uma análise para avaliar o impacto das ações estaduais sob o ponto de vista do custo-benefício, os pesquisadores da RAND chegaram à conclusão de que os efeitos das medidas afetam tanto os imigrantes indocumentados quanto residentes legais e cidadãos americanos. Por exemplo, “a expansão da repressão imigratória em nível estadual pode afetar imigrantes legais e americanos natos se o custo do policiamento aumentar de uma forma geral, ou se o custo do policiamento imigratório superar o custo de outros tipos de policiamento comuns à população residente e nativa.” Ainda por exemplo, o policiamento imigratório em nível estadual pode desencorajar a inscrição de crianças nascidas nos EUA que são filhos de pais indocumentados no Medicaid.

Mesmo com as ordens imigratórias de Obama embargadas até que sejam julgadas pela Suprema Corte e com o Congresso recusando-se ao debate, a questão imigratória vai ter um papel fundamental nas eleições presidenciais de 2016. Os mais prováveis candidatos Republicanos para a disputa em novembro, Donald Trump e Ted Cruz, por exemplo, defendem a deportação em massa dos imigrantes indocumentados, enquanto ambos os Democratas, Hillary Clinton e Bernie Sanders, defendem um caminho para a legalização dos cerca de 11 milhões de pessoas vivendo sem documentos nos Estados Unidos.

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