Estados Unidos Geral

Ex-funcionários federais Republicanos assinam carta de repúdio a Donald Trump

Cinquenta ex-funcionários ligados à segurança nacional de governos Republicanos anteriores enviam carta ao New York Times chamando o candidato de "inconsequente", e que poderá "colocar em risco a segurança da nação"

Carta publicada no The New York Times chama Trump de “perigoso para a nação”

Cinquenta ex-funcionários Republicanos da política externa assinaram uma carta declarando que não votarão em Donald Trump por julgarem que ele poderá colocar em risco a segurança nacional.

“Nenhum de nós votará em Trump,” diz um trecho da carta, assinada por 50 ex-funcionários dos governos de George W. Bush, George H. W. Bush e Richard Nixon, publicada na edição de domingo (7) do New York Times. “Sob a perspectiva da política externa, Donald Trump não está qualificado para ser presidente e comandante-em-chefe. De fato, estamos convencidos de que ele será um presidente perigoso, que poderá por em risco a segurança nacional de nossa nação e nosso bem-estar.”

“Mais fundamentalmente,” prossegue a carta, “Mr. Trump carece de caráter, valores e experiência para ser presidente. Ele enfraquece a nossa autoridade moral como líderes do mundo livre. Ele parece não ter conhecimento básico ou confiança na Constituição americana, nossas leis e instituições, incluindo a tolerância religiosa, liberdade de imprensa e independência judiciária.”

Entre os cinquenta signatários da carta estão os ex-secretários de Segurança Nacional (Homeland Security), Thomas Ridge e Michael Chertoff; o ex-diretor da NSA e diretor da CIA, Michael V. Hayden; os ex-subsecretários de Estado, John D. Negromonte e Robert B. Zoellick; e Eric S. Edelman, que serviu como conselheiro do ex-vice-presidente Dick Cheney para segurança nacional e assistente imediato do secretário de Defesa Robert Gates.

“Trump,” continua a carta, “tem repetidamente demonstrado que possui pouco entendimento sobre os interesses vitais da nação, seus complexos desafios diplomáticos, suas indispensáveis alianças e valores democráticos.” Mais ainda, o magnata do mercado imobiliário e ex-apresentador do programa de TV ‘Celebrity Apprentice’ “não mostra nenhum sinal de que pretende educar-se em assuntos cruciais para a política externa.”

“Ele é incapaz ou não se esforça para separar verdades de mentiras,” segue a carta. “Falta-lhe autocontrole e ele age impetuosamente. Não tolera críticas pessoais. Alarmou nossos aliados mais próximos com seu comportamento errático. Todas essas são características perigosas para um indivíduo que aspira ser presidente e comandante-em-chefe, com controle do arsenal nuclear dos Estados Unidos.”

A carta vem logo em seguida a uma série de gafes em política externa cometidas pelo candidato, principalmente quando ele disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não invadiria a Ucrânia, apesar de Putin já estar na Península da Crimeia desde 2014.

“Ele não vai entrar na Ucrânia, OK, só para você entender,” disse Trump em entrevista para George Stephanopoulos, da ABC. “Ele não vai entrar na Ucrânia, certo? Pode escrever. Pode anotar. Pode botar onde você quiser.”

“Ele já está lá, não está?” Respondeu Stephanopoulos.

Trump depois explicou que estava falando a respeito de futuras ações russas sob um possível governo Trump.

Em março, mais de cem especialistas em segurança nacional assinaram uma carta parecida, denunciando que Trump é um candidato “fundamentalmente desonesto”, que “usaria a autoridade do cargo para agir de modo que tornaria a América menos segura.”

“Compreendemos que muitos americanos estão profundamente frustrados com o governo federal e sua inabilidade para resolver urgentes problemas domésticos e internacionais,” conclui a carta. “Também sabemos que muitos têm dúvidas com relação a Hillary Clinton, assim como muitos de nós. Mas Donald Trump não é a resposta para os grandes desafios dos EUA e para estas eleições cruciais. Estamos convencidos de que estará no Salão Oval o mais inconsequente presidente da história americana.”

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