Histórico

Execução de segundo brasileiro traficante na Indonésia é iminente

Porém, não há data para execução por fuzilamento

DA REDAÇÃO (com BBC) – A Indonésia deu sinais de estar pronta para executar prisioneiros por tráfico de drogas e fez uma nova avaliação médica no brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, que pode ser incluído na lista de condenados a serem mortos.

Os preparativos no local previsto para a execução foram encerrados e quatro condenados estrangeiros serão transferidos nesta semana para a prisão de Nusakambangan, disse o procurador-geral indonésio, Muhammad Prasetyo.

Autoridades não anunciaram uma data para as execuções, que são por fuzilamento, mas a transferência dos prisioneiros indica que elas são iminentes. Dez condenados por tráfico de drogas estão entre os prisioneiros a serem executados.

“Estamos apenas esperando um relatório dos preparativos das transferências deles”, disse Prasetyo a jornalistas em Jacarta.

Rodrigo, de 42 anos e condenado à morte em 2005, foi reavaliado na prisão por uma equipe de médicos do governo local após ter sido diagnosticado com esquizofrenia paranoide. O paranaense foi preso em julho de 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

A família tenta impedir que ele seja executado e quer a transferência dele para um hospital psiquiátrico. A defesa alega que a lei indonésia proíbe a morte de um prisioneiro que não esteja em plenas condições mentais.

Autoridades ainda não responderam ao pedido formal do governo brasileiro e a avaliação feita na terça-feira (3) deve ser a última antes do anúncio da decisão.

Angelita Muxfeldt, prima de Rodrigo, acompanhou a avaliação, que ocorreu na prisão de Nusakambangan e “foi uma surpresa”. O exame durou duas horas e não há uma data para que o novo laudo seja anunciado.

“O Rodrigo ficou de pé, assustado. Eu também me assustei. Eram umas 10, 12 pessoas”, disse ela à BBC Brasil por telefone.
“Ele não entendeu o que estava acontecendo. Agora temos que esperar”, disse ela, que disse ter “esperança” com a possibilidade de reverter a execução.

Linha-dura contra tráfico
O presidente indonésio, Joko Widodo, se elegeu no ano passado após prometer rigor no combate ao crime e que negaria pedidos de clemência de condenados.

O governo defende o direito de usar a pena de morte para combater o que chama de situação de emergência causada pelo tráfico de drogas, e tem rejeitado a pressão diplomática feita pelos países cujos cidadãos enfrentam a possibilidade de execução.

A presidente Dilma Rousseff recusou temporariamente as credenciais do novo embaixador indonésio no país, Toto Riyanto, dizendo que a entrega dos papéis diplomáticos será adiada até que haja uma “clareza sobre as relações com a Indonésia”.

Em resposta, a Indonésia convocou de volta seu representante no Brasil. O governo brasileiro já havia convocado seu embaixador na Indonésia após a execução do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro.

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