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Família de Jean Charles perde último recurso na tentativa de punir policiais

Brasileiro, morto em 2005 em Londres, foi confundido com terrorista

Jean Charles de Menezes
Jean Charles de Menezes

DA REDAÇÃO – A Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu na quarta-feira (31) que as autoridades britânicas acertaram ao não processar os policiais que mataram o brasileiro Jean Charles de Menezes em Londres, em 2005, após confundi-lo com um terrorista.

O recurso à corte, sediada em Estrasburgo, na França, era a última tentativa da família para responsabilizar o governo britânico e processar os policiais envolvidos na morte do eletricista. Não há mais possibilidade de recurso.

A família de Jean Charles argumenta que os policiais envolvidos na operação que culminou na morte do brasileiro não agiram em legítima defesa, uma vez que o eletricista não representava uma ameaça real e não teve chance de esboçar reação.

Mas a corte entendeu que as autoridades britânicas investigaram o caso e concluíram que não havia provas suficientes para processar nenhum policial.

Segundo os juízes, a decisão das autoridades britânicas não feriu nenhuma lei de direitos humanos.

O governo do Reino Unido defendeu o posicionamento da corte. “Os fatos neste caso foram trágicos, mas o governo considera que a corte defendeu o importante princípio de que indivíduos só são processados quando há uma perspectiva real de condenação”, disse um porta-voz.

A prima de Jean Charles de Menezes, Patrícia Armani, afirmou que não acredita que seja possível tomar outras medidas jurídicas após o veredicto. Ela afirma que não sabe ainda se a família tomará alguma outra medida jurídica. “É frustrante. É o final de 10 anos amargos. A gente está triste, mas a gente fez o que pode. Acredito que não tem muito mais o que fazer”, disse em entrevista por telefone à Globonews. Ela morava em Londres na época em que o eletricista foi morto por engano no metrô da cidade.

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