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Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, é preso pela Polícia Federal

Ele é acusado de receber mais de $25 milhões em propinas entre 2007 e 2015

Luiz Fernando Pezão
Luiz Fernando Pezão

DA REDAÇÃO – O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), 63, foi preso por volta das 6h de quinta-feira (29) em operação da PF (Polícia Federal) dentro do Palácio das Laranjeiras, sede do governo fluminense. O mandado foi expedido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob a relatoria do ministro Félix Fischer, em nova fase da Operação Lava Jato. Pezão chegou à sede da PF na capital fluminense às 7h50. Até as 9h50 desta quinta, foram presos ao todo sete suspeitos.  As informações são do UOL.

O vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP), assumirá o governo do estado, segundo a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara. Dornelles já havia assumido o cargo em 2016, quando Pezão se afastou do cargo para tratar um câncer.

O pedido de prisão preventiva –sem prazo– foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. De acordo com as investigações, “o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro”.

O governador foi alvo de um dos nove mandados de prisão preventiva. A PF também cumpriu outros 30 de busca e apreensão dentro da operação “Boca de Lobo” no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Pezão teria recebido mais de R$ 25 milhões em propina entre 2007 e 2015, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República). O valor –que, corrigido pela inflação, passa de R$ 39 milhões– seria incompatível com o patrimônio declarado pelo governador à Receita. A PGR pediu o sequestro de R$ 39 milhões de bens de Pezão.

Para a PGR, solto, “Pezão poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa.”

Em entrevista coletiva, Dodge disse que a prisão de Pezão foi necessária pois a investigação apontou que o esquema de lavagem de dinheiro estava em curso.

“O que se percebe é que um dos crimes em curso é o crime de organização criminosa e as informações coligidas pela autoridade policial, pela força tarefa da Lava Jato no Rio e em Brasília são no sentido de que essa organização criminosa continua atuando, especialmente em relação à lavagem de dinheiro”, disse a procuradora.

Ao solicitar a prisão do governador, a procuradora-geral mencionou que Pezão foi secretário de Obras e vice-governador de Sérgio Cabral (MDB) entre 2007 e 2014, “período em que já foram comprovadas práticas criminosas”. Cabral está preso desde 2016.

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