Brasil

José Serra toma posse no Itamaraty e diz que não representará interesse partidário

Novo ministro criticou espaço dado à pasta em governos anteriores 

Ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP)
Ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP)

DA REDAÇÃO – Ao tomar posse nesta quarta-feira (18) como ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP) afirmou que o Itamaraty não irá mais defender o que ele chamou de “interesses de um partido”. Ele também disse que quer tirar a pasta de “penúria financeira” e que o ministério voltará ao “núcleo central do governo”. As informações são do G1.

“A diplomacia voltará a refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia, a serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior. A nossa política externa será regida pelos valores do Estado e da nação, não do governo e jamais de um partido”, disse o ministro.

Para Serra, as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país afetam a quantidade de recursos destinados às políticas externas, e é preciso que o ministério se recupere financeiramente. “Quero retirar o Itamaraty da penúria financeira causada pela irresponsabilidade fiscal dos últimos governos”, enfatizou Serra.

Com vistas à superação da escassez de recursos, o novo ministro listou dez diretrizes bases de sua gestão como ministro, como o objetivo de acelerar o processo de negociações comerciais, aumentar o intercâmbio com “parceiros tradicionais”, como Japão, Estados Unidos e União Europeia, e dar maior enfoque às relações bilaterais.

Ele também falou do interesse em fortalecer as parcerias com a Argentina, renovar o Mercosul e buscar novos aliados na Ásia, como China e Índia.

“Um dos principais focos de nossa ação diplomática em curto prazo será a parceria com a Argentina, com a qual passamos a compartilhar referências semelhantes para a reorganização da política e da economia. Junto com os demais parceiros, precisamos renovar o Mercosul, para corrigir o que precisa ser corrigido, com o objetivo de fortalecê-lo, antes de mais nada quanto ao próprio livre-comércio entre seus países membros”, disse.

Aos servidores do Itamaraty, Serra disse ter a intenção de inovar em “métodos e técnicas de trabalho”. “A diplomacia do século 21 não pode repousar apenas na exuberância da retórica”, declarou.

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