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Juiz latino criticado por Trump poderá decidir destino de muro

Trump insistiu nos comentários durante a campanha eleitoral e disse ao The Wall Street Journal que Curiel tinha “um conflito de interesses absoluto” devido à ascendência mexicana dele

Gonzalo Curiel é natural da Indiana
Gonzalo Curiel é natural da Indiana

Na sexta-feira (9), o juiz da Corte Distrital Gonzalo Curiel, descendente de mexicanos, ouvirá o caso com relação ao fato de a administração Trump ter ignorado as leis protetoras do meio-ambiente na construção de um muro ao longo de toda a fronteira dos EUA e México. O magistrado, cujos pais são imigrantes mexicanos, foi atacado por Trump em 2016. Na ocasião, o candidato republicano disse que o Juiz nutria “hostilidade tremenda” contra ele num processo judicial envolvendo a Trump University, pois Curiel era descendente de mexicanos.

Trump insistiu nos comentários durante a campanha eleitoral e disse ao The Wall Street Journal que Curiel tinha “um conflito de interesses absoluto” devido à ascendência mexicana dele, além de “um conflito de interesses inerente” devido à proposta de construção de um muro na fronteira.

Caso Curiel decida contra Trump, isso poderá prejudicar a construção de barreiras em áreas abertas na fronteira. Se a decisão for favorável à Casa Branca, isso permitiria que a administração aprovasse isenções nas leis de proteção do meio-ambiente e, assim, construísse o muro na fronteira.

O papel de Curiel no caso da fronteira foi divulgado pelo website The Hill.

Em setembro, a administração Trump foi processada judicialmente pelo Estado da Califórnia como parte do esforço de bloquear qualquer construção do muro na fronteira.

Curiel é natural da Indiana. Após concluir o bacharelado e o doutorado em Direito pela Universidade da Indiana, ele atuou como promotor público federal e juiz no sistema judiciário estadual da Califórnia, antes de ser indicado a juiz federal pelo então Presidente Barack Obama em 2011.

A Promotora Pública Geral da Califórnia Xavier Becerra disse que o governo “novamente ignorou as leis que não gosta para ressuscitar a promessa de campanha de construir um muro ao longo da fronteira ao sul”.

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