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Líder chinês visita ‘querido amigo’ Putin após Tribunal de Haia pedir prisão de presidente russo

A reunião entre Xi Jinping e Putin ocorre poucos dias depois que o Tribunal Penal Internacional de Haia emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, citando seu suposto envolvimento no sequestro de crianças ucranianas

Xi Jinping e Putin se reunem em Moscou. Foto: fmprc.gov

O presidente chinês, Xi Jinping, iniciou sua visita de Estado de três dias à Rússia nesta segunda-feira (2), em um jantar com o presidente russo Vladimir Putin. Com os líderes se referindo um ao outro como “querido amigo”, a reunião em Moscou ocorre poucos dias depois que o Tribunal Penal Internacional de Haia emitiu um mandado de prisão contra Putin, citando seu suposto envolvimento no sequestro de crianças ucranianas. O documento faz de Putin um homem procurado nos 123 países que reconhecem o tribunal, aprofundando o isolamento do líder russo do Ocidente enquanto ele continua uma guerra sangrenta na Ucrânia. Em coletiva de imprensa, o diplomata dos EUA, Antony Blinken, afirmou que a visita de Xi revela a intenção da China de fornecer “cobertura diplomática” para supostas atrocidades russas na Ucrânia. “Em vez de condená-las, a China prefere fornecer cobertura diplomática para a Rússia continuar cometendo esses mesmos crimes”, disse.

No início da reunião, Putin parabenizou Xi por sua recente reeleição e saudou o plano de paz proposto pela China, apesar do profundo ceticismo em Kiev e no Ocidente. “Nos últimos anos, a China deu um salto colossal”, disse Putin a Xi, sentado ao lado dele no Kremlin. “No mundo inteiro, isso desperta interesse e, infelizmente, até inveja”, disse. Xi respondeu elogiando o desenvolvimento da Rússia que, segundo ele, “melhorou significativamente” sob a liderança de Putin e classificou a viagem como uma “jornada de amizade, cooperação e paz”.

Em vídeo divulgado pela CNN, Putin afirmou a Xi que está “sempre aberto ao processo de negociação”, apesar de sua repetida recusa de retirar tropas do território ucraniano. “Estamos estudando de perto suas propostas sobre a resolução da crise aguda na Ucrânia”, disse Putin a Xi. “Sabemos que vocês se baseiam nos princípios da justiça e no compromisso com os pontos fundamentais do direito internacional”, disse Putin.

Líderes ocidentais expressaram ceticismo sobre o potencial papel da China como pacificadora e sua alegada neutralidade. Em vez disso, os Estados Unidos e seus aliados alertaram que a China está considerando enviar ajuda letal à Rússia para seu esforço de guerra, informação negada pelas autoridades chinesas. “Esperamos que Pequim use sua influência sobre Moscou para pôr fim à guerra agressiva contra a Ucrânia”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, à CNN. “Restaurar a integridade territorial da Ucrânia deve estar no centro de todos os esforços diplomáticos”, disse. “Estamos prontos para iniciar um diálogo mais próximo com a China, a fim de restaurar a paz na Ucrânia, de acordo com os princípios consagrados na Carta da ONU e na última resolução da AGNU sobre o assunto”, concluiu.

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