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Menino de 12 anos que estava detido em Chicago reencontra a família no Brasil

“Tive muito medo, chorava todas as noites”, disse o brasileiro que tentou entrar no país com o pai, que acabou deportado sem o filho

Rhian chegou na quarta-feira ao Brasil
Rhian chegou na quarta-feira ao Brasil

Depois de passar quatro meses em um abrigo da imigração em Chicago (IL), o brasileiro Rhian Viana finalmente foi mandado de volta para a casa na quarta-feira (14). Ele chegou ao Aeroporto de Vitória (ES) onde foi recebido pelos pais que estavam muito emocionados.

Rian estava preso por ter tentado atravessar a fronteira do México com o pai. Os dois, que são do Espírito Santo, deixaram o trabalho com produção de café para tentar melhorar a situação financeira da família.  O lavrador Alécio Soares de Paulo, pai de Rhian, já tinha tentado entrar no país em 2003 e foi deportado. No dia 11 de maio deste ano, ele decidiu tentar novamente e levar o filho e foi mandado de volta ao Brasil. Rhian foi levado para o abrigo.

“Para nós é um grande alívio. Sei que quem estava errado era eu por tentar entrar ilegalmente nos EUA, mas meu filho não tem que pagar pelos meus erros”, disse à reportagem do Bom Dia Brasil da TV Globo, o pai que se diz muito arrependido.

Rhian disse que passou por momentos muito difíceis no local e que chorava todas as noites querendo voltar para casa. “Foi muito ruim, só queria vir embora”, disse.

“O que me deu esse impulso foi olhar a geladeira e não ter nada dentro de casa. Depender da minha sogra para comer e para beber. Me arrependo muito de ter permitido que tudo isso acontecesse. Não aconselho ninguém que faça”, declarou a mãe Elizângela Fagundes Viana. “Se alguém da nossa família quiser sair do país por alguma razão, vai ser tudo dentro da lei, nunca mais quero passar este sufoco”

O lavrador Alécio pretendia ficar três anos trabalhando nos Estados Unidos e a esposa continuaria no interior do município. Ele mandaria dinheiro para ela terminar a reforma da casa. Segundo o pai, o desespero começou por causa da seca.

“O café estava todo morrendo. Eu investi dinheiro, peguei empréstimo no banco [para a viagem]. Quando a gente chegou lá, me separaram do meu filho e disseram que tinha problema para a gente entrar nos Estados Unidos. E nisso eu fiquei dois meses e 20 dias esperando por ele, porque é o máximo que eles permitem para quem está deportado”.

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