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‘Meus alunos vão ficar chocados ao saber como funcionam as escolas americanas’

Frase da diretora do Colégio Estadual Djenal Tavares de Queiroz, em Moita Bonita (SE), Maria Lenice de Lima Barreto, após visitar algumas escolas em Broward

Joselina Reis

Rogério Simões, Sirlei Isabel de Freitas e Maria Lenice de Lima Barreto
Rogério Simões, Sirlei Isabel de Freitas e Maria Lenice de Lima Barreto

Depois de duas semanas de intercâmbio, três diretores de escolas estaduais brasileiras voltaram para o Brasil cheios de vontade de fazer a diferença nas suas unidades; com a esperança de um dia conseguir os recursos que as escolas americanas possuem e com a certeza de que o trabalho dos professores brasileiros vão além das expectativas diante das condições que lhe são dadas. “Eu consegui essa vaga de intercâmbio porque nossa escola é modelo em tecnologia, quando vi o que os americanos têm percebi que o que temos na escola inteira cabe em uma sala deles. Meus alunos vão ficar chocados!”, disse a diretora Maria Lenice de Lima Barreto.

Lenice comanda 500 alunos no Colégio Estadual Djenal Tavares de Queiroz, em Moita Bonita (SE), uma cidade de 11 mil habitantes localizada há 64 quilômetros da capital Aracaju. Ela conta que desde 2010 a sua escola tem sido referência no agreste sergipano no uso de tecnologia dentro da sala de aula, incluindo o uso de computador com internet para os alunos, projetor de imagem e lousa digital. “Até o facebook temos usado como parte de um projeto de incentivo a comentários críticos, mas, aqui nos EUA, eles têm tudo isso nas salas”, conta ela que acredita que todo o equipamento do seu colégio é o mesmo usado por apenas uma sala nas escolas de segundo grau (high shool), em Broward.

Em Moita Bonita, os 500 alunos se revezam entre os 20 computadores. “Falei para os alunos daqui dos Estados Unidos, vocês aproveitem porque vocês têm tudo!”, comenta a diretora, lembrando ainda o suporte que os professores têm para manter a estrutura escolar. “Volto para Moita impressionada! Essa foi uma oportunidade única na minha vida”, agradeceu. Os três diretores tiveram intérpretes durante todo o intercambio inclusive adolescentes brasileiros estudantes de Pompano Beach High School colaboraram com as traduções.

Contemplados

Além de Maria Lenice, vieram do Brasil, Rogério Pereira Simões, do Colégio Estadual de Goiatuba (GO), e Sirlei Izabel de Freitas, da Escola Estadual Olinda Conceição Teixeira Bacha, em Campo Grande (MS), também foram contemplados com o intercâmbio. Eles de destacaram com seus projetos e receberam toda a viagem custeada pela embaixada americana no Brasil através do projeto 2013 Educational Seminar International Exchange (Seminário Internacional de Educação).

Para o diretor Rogério Simões, os professores americanos são muito esforçados e têm uma estrutura de apoio de dar inveja. “A logística é muito boa. Eles têm até ginásio, anfiteatro, piscina e campo de futebol! Fiquei impressionado!”, garantiu ele que destaca ainda o número de funcionários na administração. “Se aqui a escola tem 50 professores, tem outra quantidade igual na administração, lá se temos 50 professores, não seria errado em dizer que temos uns quatro profissionais de apoio”, desabafou lembrando que tem apenas um assistente, enquanto o diretor da escola que ele visitou em Broward tinha quatro assistentes.

São esses números que, segundo os três diretores, fizeram com eles admirassem ainda mais os professores de suas escolas. “Professores do Brasil fazem muito com muito pouco”, disse Rogério. “O trabalho do professor no Brasil vai muito além daquilo que ele recebe”, resume a diretora Sirlei Izabel de Freitas, da Escola Estadual Olinda Conceição Teixeira Bacha, em Campo Grande (MS), que classificou as diferenças entre as escolas que viu e as que conhece na capital sul-matogrossense como “gritante”.

Entre as novidades que ele destacou são as escolas ‘magnet’, em que o ensino é direcionado de acordo com as aptidões dos alunos, as salas ambientes, que mesmo já tendo alguns protótipos no MS, a quantidade e a qualidade dos recursos não podem ser comparadas. “Apesar de aluno ser muito parecido em qualquer lugar, a estrutura do ensino é muito diferente”, lembrou Sirlei que quando voltar para Campo Grande já planeja repassar tudo o que viu para outros diretores no estado.

Mas nem tudo está perdido, garante Sirlei. Em Campo Grande, a inclusão dos estudantes portadores de necessidade especiais tem boa estrutura. Quando há necessidade, o aluno é acompanhado em sala por um professor só para ele.

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