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Variante brasileira do coronavírus eleva preocupação de cientistas do sul da Flórida

Os dados mais recentes do Centers for Disease Control (CDC) mostram que há 293 casos confirmados de contaminações ​​por variantes do coronavírus nos EUA, sendo que 92 estão na Flórida – o dobro dos 46 casos informados há sete dias.

Os números levantam a preocupação de que a cepa mais contagiosa está se espalhando rapidamente, mas não especifica a localização desses casos dentro do estado.

Mais de dez países desenvolveram novas cepas do vírus até o momento. Entre eles Grã-Bretanha, Brasil e África do Sul. A variação britânica é a que apresenta maior incidência nos EUA.

A pouco conhecida cepa “P1”, também chamada de variante brasileira, foi identificada pela primeira vez nesta terça-feira (26), no estado do Minnesota.

A notícia alarmou a comunidade científica do sul da Flórida, onde residem centenas de milhares de brasileiros legalizados, ou seja, com sinal verde para viajarem ao Brasil e retornarem aos EUA.

Uma matéria publicada pelo jornal Miami Herald nesta quarta-feira (27) e intitulada “‘Pode ser um golpe duplo’. Cientistas da Flórida se preocupam com a variante brasileira”, traz o depoimento de profissionais de saúde da região, como o dr. David Andrews, patologista do Jackson Health System, em Miami-Dade.

Segundo o jornal: Dados os padrões de viagens para o sul da Flórida e o potencial de que a variante brasileira pode ser mais infecciosa, Andrews disse que “se houver um aumento repentino de casos no país, aumentará também a possibilidade de que a cepa brasileira se espalhe ainda mais localmente”.

A maior fonte de incertezas, segundo o médico, é a forma como a mutação do vírus responde às pessoas que foram vacinadas, embora a fabricante de vacinas Moderna tenha dito que seu imunizante seria eficaz, mas talvez menos potente.

“É evidente que a cepa brasileira é uma preocupação”, disse o dr. Andrews. “E olha, nós moramos em Miami, pelo amor de Deus. Pode ser um golpe duplo”, lamentou.

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (26), para comentar a confirmação da variante brasileira nos EUA, o diretor do National Institute of Allergy and Infectious Diseases, Anthony Fauci, disse que a mutação que teve origem no Amazonas pode se tornar mais dominante” , devido ao seu maior grau de transmissibilidade.

Brasileiros temem mais restrições

Os brasileiros do sul da Flórida temem que a nova variante complique ainda mais suas vidas. O presidente Joe Biden restabeleceu a proibição de viagens para não cidadãos do Brasil, e disse na segunda-feira que uma equipe de especialistas em saúde decidirá quando ela será suspensa.

“O que me preocupa é se essa nova variante for muito séria e criar um caos total aqui nos EUA? O presidente Biden algum dia suspenderá a proibição?” disse ao Miami Herald, Liz Gonçalves, brasileira que mora em Miami. “Quero que minha família venha me visitar”, disse.

A cepa brasileira começou a se espalhar fora do Brasil em meados de janeiro, quando foi identificada pela primeira vez no Japão.

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