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O que a vitória eleitoral de Trump significa para a economia global

Trump já havia descrito “tarifa” como sua palavra favorita, chamando-a de “a palavra mais bonita do dicionário”

A postura do futuro governo Trump em relacao ao comércio exterior tem gerado um misto de críticas e entusiasmo dentro dos analistas americanos (Foto: Pexels)
A postura do futuro governo Trump em relacao ao comércio exterior tem gerado um misto de críticas e entusiasmo dentro dos analistas americanos (Foto: Pexels)

A vitória eleitoral de Donald Trump sobre a vice-presidente Kamala Harris marca um retorno histórico à Casa Branca – um retorno político que provavelmente terá ramificações sísmicas para a economia global.

Em discurso para seus apoiadores na Flórida na quarta-feira (6), Trump disse que um “mandato poderoso e sem precedentes” daria início à “era de ouro dos Estados Unidos”. As promessas de campanha do ex-presidente incluem tarifas exorbitantes, cortes de impostos, desregulamentação e um esforço para se retirar de acordos globais importantes.

Os analistas dizem ser difícil determinar até que ponto Trump buscará implementar essas medidas em seu segundo mandato de quatro anos, mas as consequências de qualquer uma delas terão repercussões claras em todo o mundo.

Lizzy Galbraith, economista política da gestora de ativos Abrdn, disse que ainda não se sabe exatamente que estilo de presidência os investidores podem esperar quando Trump retornar à Casa Branca.

“O Congresso tem um papel muito importante a desempenhar nesse processo”, disse Galbraith ao programa ‘Squawk Box Europe’ da CNBC na quinta-feira (7).

“Se Trump tiver o controle unificado do Congresso, como parece muito provável e é o que esperamos que aconteça nas próximas semanas e dias, então ele terá maior liberdade para implementar sua agenda de redução de impostos, sua agenda desregulamentadora, por exemplo, mas também é provável que vejamos elementos de sua política comercial ao lado disso.”

Com relação às tarifas, Galbraith disse existir atualmente duas escolas de pensamento. Ou Trump procura usá-las como uma ferramenta de barganha para obter concessões de outras partes, ou ele cumpre sua promessa e as implementa de forma muito mais ampla.

A palavra favorita de Trump

Trump já havia descrito “tarifa” como sua palavra favorita, chamando-a de “a palavra mais bonita do dicionário”.

Em um esforço para aumentar a receita, Trump sugeriu que poderia impor uma tarifa geral de 20% sobre todos os produtos importados para os EUA, com uma tarifa de até 60% para produtos chineses e uma tarifa de até 2,000% para veículos fabricados no México.

Enquanto isso, para a União Europeia, Trump disse que o bloco de 27 nações pagará um “preço alto” por não comprar exportações americanas suficientes.

“Agora, vale a pena ressaltar acreditarmos que, em qualquer situação em que Trump esteja usando tarifas com frequência, seu foco principal será a China. E não vemos a promessa de tarifas secundárias de Trump – aquela tarifa básica, que prejudicaria as empresas europeias – como algo factível”, disse Galbraith.

“Portanto, não é necessariamente nossa hipótese a aplicação de algo como uma tarifa básica que realmente prejudicaria os produtos europeus, embora ainda exista uma possibilidade clara de que produtos europeus específicos possam ser afetados”, acrescentou.

Os analistas alertaram que o plano de Trump de impor tarifas universais tem grande probabilidade de aumentar os preços para os consumidores e diminuir os gastos.

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