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Petrobras admite que pode ter de pagar até R$ 170,8 bi em ações judiciais

A Petrobras informou que teve prejuízo 61% maior do que em 2014, depois de ter sido obrigada a rever o valor de seus ativos

A Petrobras informou que teve em 2015 um prejuízo de R$ 34,8 bilhões
A Petrobras informou que teve em 2015 um prejuízo de R$ 34,8 bilhões

DA REDAÇÃO – A Petrobras, a maior empresa estatal do Brasil, tem situação desanimadora e que deve piorar com o provável pagamento de indenizações de processos movidos contra a petrolífera na Justiça.

De acordo com a revista Época, a Petrobras revisou sua metodologia de cálculo para perdas em disputas judiciais, o que resultou no reconhecimento, em 2015, de um risco de perda financeira 32% maior nas ações em que é parte, em especial nas áreas trabalhista, ambiental, cível e fiscal, em relação a 2014. Considerando as causas em que a possibilidade de perder é “provável” ou “possível”, os valores de indenização envolvidos aumentaram de R$ 129,1 bilhões para R$ 170,8 bilhões.

Na terceira semana de março, a Petrobras informou que teve em 2015 um prejuízo de R$ 34,8 bilhões, 61% maior do que em 2014, depois de ter sido obrigada a rever o valor de seus ativos devido à queda no preço do petróleo. Com a perda, ficará, pelo segundo ano consecutivo, sem pagar dividendos. Funcionários também não receberão bônus.

A revisão dos parâmetros para estimar as perdas judiciais foi um pedido dos conselheiros de administração que compõem o comitê de auditoria, segundo informou o colegiado em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários. Foi criado, assim, um grupo de trabalho que buscou, ao longo de 2015, trazer para a estatal práticas de monitoramento e cálculo adotado em outras empresas, o que resultou na alta das perdas estimadas. De acordo com um dos conselheiros, a metodologia anterior não era adequada.

Ainda considerando as causas com perdas possíveis e prováveis, os maiores impactos vieram das pendências trabalhistas, com aumento de 77% no risco (de R$ 14,3 bilhões, para R$ 25,4 bilhões), fiscais, com risco 19,2% maior (de R$ 98,4 bilhões para R$ 117,4 bilhões), e cíveis, com exposição 82% maior (de R$ 12 bilhões para R$ 22 bilhões).

A Petrobras citou as ações de investidores, que alegam terem sido enganados ao investirem na companhia, nos Estados Unidos e no Brasil, mas não estimou quanto pode perder nessas disputas.

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