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PF do Brasil identifica filho do presidente Bolsonaro como líder de esquema de fake news

De acordo com a investigação da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro seria membro do "gabinete do ódio", esquema montado dentro do Palácio do Planalto para propagar notícias falsas e intimidar figuras públicas e jornalistas nas mídias sociais

O presidente Jair Bolsonaro e seu filho Carlos (Foto: reprodução da Internet)

De acordo com uma investigação sigilosa conduzida pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro e divulgada pelo jornal ‘Folha de São Paulo’, a Polícia Federal do país identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos líderes de um esquema criminoso dedicado à propagação de fake news.

A descoberta levantou a suspeita dentro da PF de que o presidente exonerou esta semana o delegado Mauricio Valeixo, ex-diretor da PF, porque sabia que a investigação chegaria até o filho, ao qual ele chama de 02. A saída de Valeixo não foi justificada por Bolsonaro e culminou com a demissão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Depois da exoneração de Valeixo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou que a PF mantivesse os delegados no caso e prosseguissem com a investigação que revelou a relação de Carlos Bolsonaro, que o presidente chama de 02, com a organização criminosa especializada em montar notícias falsas, intimidar e ameaçar figuras públicas nas mídias sociais, o chamado “gabinete do ódio”. Igor Romário de Paula, um dos delegados do inquérito, foi coordenador da Lava Jato em Curitiba quando Sérgio Moro era o juiz da operação e Valeixo, ex-superintendente de Polícia no Paraná, foi indicado por Moro para o comando da Federal.

O presidente escolheu para o lugar de Valeixo na liderança da PF o atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, amigo pessoal de Carlos Bolsonaro e chefe da segurança do então candidato Jair Bolsonaro durante a campanha à presidência.

O ministro Alexandre de Moraes determinou também que sejam investigados os protestos a favor de um golpe militar que aconteceram na semana passada em Brasília, e que tiveram a participação do presidente. A suspeita na PF é de que haja empresários que financiam o esquema de notícias falsas e as manifestações. Moraes ordenou que os delegados que atuam na investigação não possam ser substituídos. O protestos seria qualificados como “atos contra o regime da democracia brasileira”, o que os enquadraria na Lei de Segurança Nacional.

Como defesa à acusação da PF, Carlos Bolsonaro escreveu uma mensagem no Twitter:

“Esquema criminoso de… NOTÍCIAS FALSAS O nome em si já é uma piada completa! Corrupção, tráfico, lavagem, licitações? Não! E notaram que nunca falam que notícias seriam essas? É muito mais fácil apontar manipulação feita pela grande mídia. Matéria lixo!”.

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