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Planos imigratórios de Donald Trump ameaçam alunos estrangeiros

Entidades alertam que maior rigor na obtenção do visto para estudantes estrangeiros pode prejudicar universidades e faculdades americanas

Estrangeiros representam cerca de 5% de todos os alunos matriculados
Estrangeiros representam cerca de 5% de todos os alunos matriculados

DA REDAÇÃO, COM CNBC – As universidades americanas sempre foram um centro de atração para as mentes mais brilhantes do mundo. Mas o sonho de muitos jovens estrangeiros brilhantes de frequentar as prestigiosas faculdades americanas pode ter um fim no futuro governo Trump.

No ano escolar que passou, o número de alunos estrangeiros nas universidades americanas bateu recordes, aumentando 7% com relação ao ano anterior e ultrapassando pela primeira vez a marca de um milhão, de acordo com dados divulgados pelo Institute of International Education. Eles representam cerca de 5% de todos os alunos matriculados em cursos superiores nos Estados Unidos.

Mas alguns comentários do presidente eleito sugerem que esse cenário pode mudar. A rigorosa política imigratória proposta por Donald Trump pode inibir os alunos estrangeiros e fazê-los mudarem de ideia antes de buscarem uma oportunidade nas escolas americanas.

“Tenho certeza de que os alunos americanos hesitarão na hora de vir estudar nos Estados Unidos, com medo de serem visados”, disse à CNBC Daniel Baack, reitor-assistente e diretor do programa de MBA da University of Denver.

Um ex-aluno de uma universidade de Washington, que não quis identificar-se à CNBC, explicou que futuras restrições na obtenção dos vistos de estudante podem desestimular alunos estrangeiros.

“Se eu fosse sul-coreano, por exemplo, não viria para universidades americanas”, disse o ex-aluno estrangeiro. “Baseado nas usas ideias nacionalistas e protecionistas, Donald Trump vai restringir cada vez mais as oportunidades para os estrangeiros se destacarem nos Estados Unidos. Assim, os alunos estrangeiros poderão enfrentar regras muito mais rigorosas na obtenção do visto F-1, por exemplo”.

Zhuorui Fu, uma aluna chinesa formado numa universidade americana, disse à CNBC que a eleição de Trump não mudou sua cabeça sobre continuar a formação acadêmica aqui. “Vou continuar estudando nos EUA de qualquer maneira, porque o que quer que aconteça vai ser temporário.” Mas acrescentou, “Se eu estudaria em lugares como a Georgia? Não.”

O presidente eleito Donald Trump só toma posse no início do próximo ano, mas as universidades americanas já começaram a campanha para atrair alunos estrangeiros.

“Sabemos que os campi americanos continuam o trabalho para fazer com que os alunos internacionais se sintam à vontade e bem-vindos. Os conselheiros da U.S. Embassies and EducationUSA continuarão seu trabalho de propagar pelo mundo a educação superior americana”, disse Alan Goodman, presidente da IEE.

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