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Protestos deixam América do Sul em chamas

Sete de 12 países da região enfrentam violentas manifestações

No Chile milhões de pessoas foram para as ruas e já são 18 mortos nos conflitos
No Chile milhões de pessoas foram para as ruas e já são 18 mortos nos conflitos (Foto: Reprodução/Globo News)

DA REDAÇÃO – Protestos e manifestações de rua têm incendiado sete dos 12 países da América do Sul simultaneamente. Chile, Equador, Paraguai, Peru, Venezuela, Argentina e Bolívia enfrentam graves crises políticas e econômicas, em governos de esquerda e de direita. No Brasil, há o temor de que esta onda de violência contamine o país. Abaixo um resumo:

No Chile, o aumento da tarifa do metrô foi o estopim dos protestos, que rapidamente passaram para outras questões, como aumento do custo de vida e empobrecimento das aposentadorias. Milhões de pessoas foram para as ruas e já são 18 mortos nos conflitos. Sob forte pressão, o presidente Sebastian Piñera decretou estado de emergência e toque de recolher. Liderados por estudantes, os atos continuam mesmo depois de o governo ter revertido o valor da passagem e anunciados medidas como reajuste nas pensões e nos benefícios sociais.

Já o Equador enfrentou protestos violentos depois de o presidente Lenín Moreno anunciar o fim de subsídio aos combustíveis depois de 40 anos, o que provocou aumento de até 123% nos preços. O governo declarou estado de exceção. A crise é considerada uma das maiores do país e já deixou sete mortos, mais de mil feridos e mais de mil presos, além de causar desabastecimento em vários locais.

O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, escapou de um processo de impeachment por causa de um acordo firmado com o Brasil, no qual aquele país compraria energia na Usina de Itaipu a um preço mais elevado, acarretando manifestações e a queda de funcionários púbicos. O acordo foi cancelado e o clima acalmou.

Depois da derrota no Peru, o presidente Martín Vizcarra dissolveu o Congresso e convocou novas eleições. Os parlamentares pediram a suspensão dele e nomearam para o cargo sua vice, que renunciou, deixando o próprio Vizcarra no cargo. A origem da crise é o escândalo envolvendo a empreiteira Odebrecht, que atingiu vários políticos.

Crise não é novidade na Venezuela: o país enfrenta recessão econômica e aumento da inflação há anos. Com apoio dos militares, o presidente Nicolás Maduro impôs dura repressão sobre movimentos que questionam sua legitimidade. Com a pobreza e a escassez de produtos básicos, muitos venezuelanos têm deixado o país. Confrontos violentos e mortes são constantes.

Na Argentina, a eleição do novo presidente, Alberto Fernandez, no domingo, 27, tem como pano de fundo grave crise econômica. No último ano a inflação foi de 55%, a população perdeu poder de compra e quase três milhões entraram na linha da pobreza. Os movimentos sociais saíram às ruas para pressionar o então presidente Mauricio Macri a declarar emergência alimentar e combater a pobreza.

Por fim, na Bolívia, a reeleição do presidente Evo Morales pela quarta vez consecutiva gerou onda de protestos por suspeita de fraude. Houve greve geral, incêndios, confrontos com a polícia e saques. Morales decretou estado de emergência e disse haver tentativa de golpe contra ele, mas não apresentou evidências.

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