Brasil

Reforma trabalhista do governo brasileiro prevê modelo usado nos EUA

Proposta do novo governo visa flexibilizar leis trabalhistas no Brasil e deve criar contrato de trabalho parcial tipo part-time, que é amplamente usado nos Estados Unidos

Apesar da iniciativa, a proposta tem as eleições como obstáculo e até o momento não se sabe a sua real extensão
Apesar da iniciativa, a proposta tem as eleições como obstáculo e até o momento não se sabe a sua real extensão

DA REDAÇÃO (com Estadão) – O governo brasileiro planeja agora alterar a legislação trabalhista vigente no país, tida por críticos como arcaica e um entrave ao crescimento econômico, ao tornar muito cara a manutenção de um funcionário pelas empresas. As informações são do Estadão.

A nova gestão tenta correr para aprovar mudanças na CLT e sinalizar aos aliados e ao mercado uma ação para acelerar o crescimento da economia. Apesar da iniciativa, a proposta tem as eleições como obstáculo e até o momento não se sabe a sua real extensão. Pontualmente, o governo tem informado alguns pontos do projeto, sem detalhar todas as medidas que pretende implementar.

Para analistas consultados pelo Estadão, o tripé da reforma proposta pela nova equipe está centrado na terceirização, permanência do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e flexibilização da CLT, ao permitir que acordos feitos entre o sindicato e a empresa prevaleçam sobre o que determina a legislação.

Além disso, está no radar a criação de duas novas modalidades de contrato de trabalho: parcial e intermitente, com jornadas inferiores a 44 horas semanais e salários proporcionais. A jornada parcial se assemelha ao contrato de trabalho part-time, amplamente usado nos Estados Unidos, em que o funcionário contratado nesse modelo tem a carga horaria limitada em horas pela empresa, com previsão de hora-extra com remuneração superior, mas sem benefícios como plano de saúde ou previdência privada.

Os ajustes dividem opiniões. De um lado, defende-se a reforma da CLT, de 1940, para diminuir custos e burocracia. De outro, teme-se que a reforma leve a uma precarização das condições de trabalho.

Hoje, somente as atividades-meio, que não têm a ver com o produto ou serviço final da empresa, podem ser terceirizadas. Por exemplo, um banco pode terceirizar os serviços de limpeza e segurança, mas não pode terceirizar o empregado que abre conta.

Outro ponto sensível da reforma de Temer é a permanência do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado por Dilma Rousseff para evitar demissões em empresas com problemas financeiro e com validade até 2017.

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