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Siameses brasileiros unidos pelo crânio são separados e equipe médica se torna referência mundial

Após quatro anos compartilhando um pedaço do crânio e do cérebro, os irmãos  puderam pela primeira vez olhar o rosto um do outro; cirurgia foi bancada pelo SUS com a ajuda da organização médica Gemini Untwined, com sede em Londres

Os gêmeos Arthur e Bernardo com os pais e um dos médicos envolvidos na operação (foto: Reprodução)
Os gêmeos Arthur e Bernardo com os pais e um dos médicos envolvidos na operação (foto: Reprodução)

Os gêmeos Arthur e Bernardo Lima nasceram com uma condição raríssima chamada pela medicina de craniopagia, que é quando as crianças vêm ao mundo unidas pelo crânio. Durante quatro anos, a maioria vividos em uma cama de hospital do Rio de Janeiro, eles compartilharam um pedaço do cérebro e a mesma veia que leva o sangue para o coração. Agora os irmãos vivem de forma independente e puderam pela primeira vez olhar o rosto um do outro.

O procedimento cirúrgico que separou as crianças é extremamente complexo e foi bancado pelo SUS com a ajuda da organização médica Gemini Untwined, com sede em Londres, na Inglaterra. No total, quase 100 profissionais da área médica foram envolvidos nas quase 23 horas de trabalho. Além disso, as equipes passaram meses testando realidade virtual com base em tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas para criar um mapa digital do crânio e dos cérebros compartilhado pelos irmãos. Os cirurgiões treinaram conjuntamente, no Rio e em Londres, com uma operação de teste realizada por meio da realidade virtual.

“Esses gêmeos se enquadraram na classificação mais grave, mais difícil e com mais risco de morte para os dois”, disse o neurocirurgião Gabriel Mufarrej, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN) no Rio, ao programa Fantástico, da TV Globo. Mas eles saíram do centro cirúrgico separados.

As imagens publicadas pelos médicos após a cirurgia mostram os dois meninos deitados um ao lado do outro, com o pequeno Arthur estendendo a mão para tocar seu irmão. Em agosto eles completam cinco anos e, segundo a mãe, Adriely, este é o maior presente que toda a família poderia receber. “Nós estamos há quatro anos morando no hospital. Estamos bem cansados, mas a nossa prioridade sempre foi os meninos”, disse Adriely.

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