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Testemunha afirma que brasileira que tentou atravessar a fronteira do México morreu na travessia

Uma pessoa entrou em contato com a família e disse que Najla não resistiu ao frio do deserto

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Najla Salem não dava notícias desde o dia 1º de fevereiro

Najla Salem não dava notícias desde o dia 1º de fevereiro

Da Redação com O DIA – Uma testemunha que não quis se identificar fez contato com a família da brasileira Najla da Cunha Salem, de 42 anos, desaparecida desde o dia 1º quando iria atravessar a fronteira do México para entrar nos EUA, e afirmou que ela está morta. Uma pessoa telefonou e confirmou o que a família não queria escutar: a morte da professora de inglês. Segundo ele, Najla teria morrido de hipotermia no deserto do Texas, entre as cidades Novo Laredo e Santo Antônio, nos Estados Unidos, na madrugada de terça-feira (10).

A família da professora já comunicou ao Itamaraty e à Interpol, para que se faça buscas no local para ter certeza de que se trata de Najla. No telefonema, o informante afirmou que o corpo da professora ficou a cerca de quatro horas de distância de um posto de checagem norte-americano, que ele avistou de longe durante o trajeto.

“A pessoa disse que também era imigrante ilegal e acompanhou minha sobrinha durante 60 dias, desde o México. Parecia abalado e pediu desculpas por não ter conseguido salvá-la. O homem contou que fez tudo o que estava ao alcance dele, mas, infelizmente, Najla passou muito mal e ficou completamente roxa por causa do frio intenso. Não tinha sequer condições de falar”, lamentou o tio da brasileira, Luiz Antônio Cunha.

A pessoa que deu o telefonema descreveu as roupas que Najla usava: apenas calça legging preta e camisa e tênis cinzas. “Ela não estava com vestimenta adequada às baixas temperaturas, porque a informação inicial do ‘coiote’ (pessoa que ajudariam os imigrantes na travessia ilegal) era de que o trajeto duraria de duas a quatro horas. Na verdade, era de 18 a 20 horas”, revelou Luiz.

O telefonema foi atendido por Narrida Salem, que teve uma crise de choro ao saber que a irmã estaria morta. Seu corpo foi deixado no deserto, segundo a informação do farmacêutico. “Quem ligou contou que abriu a bolsa de Najla e encontrou 1.500 dólares. Ofereceu ao ‘coiote’, para que o deixasse levar o corpo, mas o atravessador não aceitou. A pessoa pôs o passaporte e a agenda pessoal junto dela”, contou o tio.

A mãe de Najla, Gilda Cunha Salem, esteve na tarde de sexta-feira (13) no Fórum de Volta Redonda, no Sul Fluminense, onde a família mora, pedindo ajuda a um juiz para trazer de volta o neto Felipe, filho da professora, que neste sábado completa 13 anos. A autorização para o menino viajar sozinho ao Brasil se expirou há 20 dias, e sua saída só será possível com a assinatura de um responsável.

O garoto, que tem dupla nacionalidade, está sob os cuidados do namorado da mãe, que também é de Volta Redonda e vive legalmente nos Estados Unidos há dois anos.

“Pela Internet, Felipe descobriu que a mãe sumiu. Confirmamos o desaparecimento, mas ele afirmava que ela estava a caminho e logo chegaria para se encontrar com ele. Os dois eram muito ligados”, contou Luiz Antônio Cunha.

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