O governo do presidente Donald Trump abriu, na quarta-feira (23), uma investigação formal contra a Universidade de Harvard, exigindo que a instituição apresente, no prazo de uma semana, documentos detalhados sobre o funcionamento e a supervisão do Programa de Visitantes de Intercâmbio, conhecido como visto J-1, destinado a estudantes, pesquisadores e acadêmicos estrangeiros. O secretário de Estado Marco Rubio defendeu a ação como parte de um esforço para garantir que o uso dos vistos J-1 seja “um privilégio, e não um direito automático”. Em entrevista, afirmou que as universidades devem “refletir os interesses e os valores dos Estados Unidos” para continuarem sendo parceiras em programas federais de intercâmbio.
Segundo o Departamento de Estado, o objetivo da apuração é assegurar que a universidade esteja em conformidade com as normas que regem o programa, incluindo o alinhamento com os interesses de segurança nacional e da política externa dos Estados Unidos. Já analistas e representantes da própria universidade afirmam que a iniciativa é parte de uma retaliação política contra Harvard, que já foi alvo de outras ações do governo Trump, como o congelamento de bilhões em subsídios federais e a suspensão temporária da certificação da instituição para emissão de vistos F e J, que permitem a entrada legal de estudantes estrangeiros no país.
Em nota oficial, a universidade repudiou a medida, classificando-a como mais uma tentativa de intimidação e de interferência na autonomia universitária. A instituição reafirmou seu compromisso com o intercâmbio acadêmico internacional e declarou que cumpre rigorosamente todos os requisitos legais para operar programas de visto.