A declaração do presidente Donald Trump de que os Estados Unidos retomarão testes de armas nucleares reacendeu o debate sobre o risco de uma nova corrida armamentista. A ordem, formalizada ao Pentágono nesta semana, ocorre em um momento de tensão estratégica entre Washington, Pequim e Moscou. Segundo Trump, o país precisa “restabelecer sua vantagem competitiva” diante do que o governo considera avanços tecnológicos da China e da Rússia. Ele afirma ainda que rivais estratégicos “não estão respeitando a contenção nuclear” e que a reativação dos testes seria uma resposta proporcional.
Especialistas em segurança nacional alertam que esse processo envolve adequações logísticas, avaliações ambientais e reconstrução de bases especializadas — um esforço que pode custar centenas de milhões de dólares e levar anos. Atualmente, os EUA empregam simulações computadorizadas sofisticadas para garantir a confiabilidade do arsenal nuclear, sem necessidade de explosões físicas. A última detonação nuclear americana ocorreu há mais de três décadas.
A decisão de Trump gerou forte reação internacional. O Irã condenou a medida, classificando-a como “provocativa” e “regressiva”, enquanto o Japão manifestou preocupação devido à proximidade geopolítica e ao histórico de impacto nuclear no país. China e Rússia emitiram declarações críticas, sugerindo que o gesto pode comprometer tratados de limitação e inspeção de armamentos.
A retomada de testes físicos, caso concretizada, pode estimular outras nações a revisitar programas adormecidos. Países como Índia, Paquistão e Coreia do Norte já realizam detonações ativas, enquanto potências europeias dependem de acordos de cooperação com os EUA para garantir seu poder de dissuasão.
Analistas em relações internacionais afirmam que o movimento pode enfraquecer o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), ainda não ratificado pelos Estados Unidos, mas amplamente respeitado de forma voluntária pela comunidade internacional.
Dentro do país, o anúncio acirrou o debate entre setores militares, o Congresso e a comunidade científica. Republicanos alinhados ao presidente defendem a “modernização” do arsenal, enquanto democratas acusam Trump de minar tratados internacionais e colocar em risco a segurança global.



 
																		 
																		 
																		 
																		