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Twitter pode obrigar Elon Musk a cumprir acordo e pagar $44 bilhões

Contrato tem cláusula que permite à diretoria do Twitter processar Elon Musk e exigir conclusão da aquisição pelo valor combinado

Elon Musk questiona a metodologia usada pelo Twitter para definir fake news (Foto: Dado Ruvic/Reuters)
Elon Musk questiona a metodologia usada pelo Twitter para definir fake news (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

Elon Musk parece estar mudando de ideia sobre a compra do Twitter, mas, para a rede social, é tarde demais. Em comunicado divulgado na quarta-feira (18), a empresa diz que pretende fechar o negócio e fazer com que o acordo seja cumprido nos valores propostos.

A posição faz parte de um comunicado enviado ao jornal The New York Times. “A diretoria e o sr. Musk concordaram com uma transação no valor de $54.20 por ação”, diz o texto. “Acreditamos ser este o melhor interesse de todos os acionistas. Pretendemos concluir a transação e fazer com que o acordo de fusão seja cumprido.”

Segundo a publicação, o negócio prevê uma multa de $1 bilhão em caso de desistência. Além disso, contém uma cláusula que permite ao Twitter processar Musk e obrigá-lo a concluir o negócio, desde que o financiamento obtido por ele permaneça intacto.

A reportagem do jornal novaiorquino trata justamente da aparente hesitação de Elon Musk para concluir a compra — ou, no mínimo, pagar os valores acertados.

Nos últimos dias, o bilionário fez questionamentos, criticou a plataforma e até mesmo ironizou Parag Agrawal, CEO da empresa, com um singelo emoji de cocô.

O grande ponto de debate é a quantidade de robôs e contas falsas no Twitter. A empresa diz que eles não representam mais do que 5% dos usuários monetizáveis diariamente ativos.

Musk discorda da metodologia usada e aposta que esse número é muito maior. De fato, estudos independentes afirmam que a fatia de bots e fakes na rede pode estar entre 9% e 15% dos usuários.

Seja um ceticismo sincero ou mero blefe, fato é que Musk parece estar tentando pagar menos que os $44 bilhões acertados, ou simplesmente acabar com o acordo.

Na manhã de terça (17), ele disse no próprio Twitter que “o negócio não pode prosseguir” sem os detalhes do volume de spam na plataforma. Na segunda (16), em uma conferência em Miami (EUA), o bilionário disse que não poderia pagar aquele preço por algo muito pior do que o divulgado. 

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