Ciência e Tecnologia Histórico

Uso do DNA na investigação policial vai aumentar em 2015

Desde 2009, a Flórida tem acrescentado a cada ano mais crimes à lista de coleta obrigatória de DNA

Joselina Reis

DNA

Em julho desde ano, o Departamento Estadual de Segurança Pública (FDLE, na sigla em inglês) conseguiu identificar e combinar o código genético, o DNA, de 371 acusados e/ou presos com seus crimes. O número deve aumentar ano a ano com a expansão da lista de crimes em que os acusados são obrigados por lei a oferecer amostras de DNA. Em janeiro de 2013 entrou em vigor a terceira fase do projeto que teve início em 2009. A partir deste ano os departamentos de polícia dos condados já podem coletar saliva dos presos por invasão de domicílio, assalto, roubo e crimes relacionados.

O supervisor do laboratório de criminalística do FDLE, Chris Carney, lembra que em anos anteriores apenas os casos mais graves eram passíveis de coleta de DNA, porém as coisas mudaram desde 2009 e pelo projeto original até 2019 a lista de crimes deve aumentar. “O sistema é melhorado a cada ano e estamos apenas na fase número dois”, adianta. A cada ano cerca de um milhão de pessoas são presas na Flórida, sendo que apenas 15% são novos casos, os demais são todos reincidentes.

Com o aumento da lista de crimes em que o acusado tem que se submeter à coleta de DNA, as chances da polícia americana solucionar um crime que aconteceu em qualquer parte do país aumenta significativamente. Se um criminoso cometeu um erro grave, como assassinato em outro estado deixando apenas uma gota de sangue, suor, saliva ou um fio de cabelo como pista, e depois for preso em outro estado por ter roubado uma carteira, a polícia agora poderá combinar o DNA e o acusado vai responder por todos os crimes.
O condado de Broward é o quarto no estado em número de casos bem-sucedidos de combinação de DNA encontrados em cenas de crimes e pessoas presas. O condado, que concentra grande parte da população brasileira, também é o segundo em número de amostras enviadas para um dos onze laboratórios da Flórida.

Cada um desses laboratórios é comandado pelo FBI, a policial federal americana, que usa um software chamado CODIS para armazenar e cruzar dados com os outros estados do país.

Brasil

Enquanto nos EUA, o projeto de incluir mais crimes à lista de coleta de DNA foi iniciado em 2009, sendo que para crimes hediondos o DNA já era exigido desde 1990. No Brasil, em julho deste ano o Paraná foi o primeiro estado a ter um banco de dados com DNA de pessoas presas. Por enquanto, apenas acusados de crimes sexuais, como os estupros, são obrigado a oferecer amostras de DNA. As informações ficarão concentradas com os institutos de criminalísticas da Polícia Civil em vários estados.

Os exames serão feitos pelo laboratório de genética molecular humana, em Curitiba. A partir de agora, pelo menos no Paraná, se o criminoso deixar um vestígio no local do crime (como uma mancha de sangue ou de sêmen), a polícia vai ter condições de identificá-lo a partir deste vestígio, sem ter um suspeito formalmente acusado. O investimento deve encurtar muitas investigações.

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