Histórico

Adolescente braso-americano tem lesão cerebral após vacina

Bryan Lucas, de 15 anos, desenvolveu doença degenerativa após vacina contra o HPV

Joselina Reis

Adolescente braso-americano tem lesão cerebral após vacina“Inacreditável”, diz a brasileira Kelly Maciel, de 36 anos, quando tenta explicar o que aconteceu com seu filho Bryan Lucas, de 15 anos. “Ano passado ele ganhou medalha em esportes e este ano mal consegue se mover, de tantas dores”, revela a paulista, explicando a mudança na vida do filho. Segundo a mãe, tudo começou na noite do dia 6 de março de 2014 após Bryan tomar a terceira dose da vacina contra o papilomavírus humano (HPV).

Kelly explica que foi orientada pelo médico do garoto a aceitar a vacina, indicada na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e muito divulgada para meninas em outros países, mas amplamente oferecida a meninos nos EUA e Europa. Em mais de cem países, incluindo aí o Brasil, a vacina é indicada na prevenção do HPV, principal infecção viral transmitida pelo sexo no mundo e um dos causadores do câncer de útero. A vacina é oferecida de duas a três doses, para meninas a partir dos 11 anos.

Bryan Lucas
A mãe de Bryan lembra que ele foi ao médico para exame de rotina quando foi aconselhado a tomar a vacina Gardasil, que no Brasil é chamada apenas de “quadrivalente”. “O que você faz quando um médico lhe indica uma vacina? Você toma e não questiona!”, afirma, lembrando que só depois da terceira dose e da reação do filho que ela resolveu pesquisar e ficou em choque ao saber dos escândalos envolvendo a vacina ao redor do mundo.

Bryan, um adolescente acostumado a esportes e estar entre os primeiros da sua turma, começou a sentir dor de cabeça após a segunda dose, mas a família não fez nenhuma conexão com a vacina. No dia 6 de março de 2014, após tomar a terceira e última dose, as dores se intensificaram.

O garoto foi levado às pressas para o hospital em Boca Raton e saiu de lá de helicóptero para o Miami Children Hospital. “Dois dias depois da terceira dose recebemos o diagnóstico de que ele tinha uma lesão no cérebro. O diagnóstico era de esclerose múltipla. Sem cura”, conta a mãe, dizendo ainda que as consequências da vacina destruíram sua família.

Bryan perdeu 90% da visão no olho esquerdo, sente dormência nas mãos e pés, e tem surtos de dores pelo corpo que o impedem de voltar às suas atividades normais. Toda sexta-feira ele toma uma injeção para aliviar os efeitos da esclerose múltipla, que o deixa de cama por pelo menos dois dias. Ele também toma uma vitamina para ajudar a diminuir os efeitos dos remédios contra a dor, que a família paga por conta própria, porque o plano de saúde não cobre. “Meu filho era um atleta. Depois da vacina ele passou 14 dias sem sair do quarto em depressão. Minha filha caçula precisa de ajuda psicológica e nós não dormimos direito desde o dia 6 de março”, revela.

A família já procurou ajuda de um advogado e encontrou apoio em uma ONG mundial que reúne vítimas de vacinas (www.sanevax.org). Kelly quer agora incluir o filho na estatística oficial de vítimas da vacina contra o HPV nos EUA. Ela já conseguiu que um médico assinasse um laudo afirmando que a vacina deixou sequelas em Bryan, mas isso ainda não é o suficiente. O caso de Bryan precisa passar por uma perícia aprovada pelo governo americano e só depois a família poderá entrar com processo contra a fabricante da vacina Gardasil.

No Brasil
No Brasil a campanha de vacinação começou este ano. No início o índice de vacinação chegou a mais de 90%, mas logo depois que algumas meninas passaram mal e tiveram que ser internadas com paralisia nas pernas, falta de sensibilidade nas mãos e pés e dores de cabeça, a adesão na segunda etapa, marcada para setembro, não conseguiu chegar aos 15%.

As autoridades no Brasil e também da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmam que a vacina é eficaz e não há comprovação dos efeitos colaterais e nem de que as mortes divulgadas pelas ONGs e famílias ao redor do mundo têm conexão com a vacina.

Em 2014, no Brasil, a campanha era destinada para meninas acima de 11 anos, porém a partir de 2015, a vacina passou a ser oferecida para meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, a partir dos 9 anos.

No Japão, queixas de duas mil pessoas fizeram com que o país cancelasse sua campanha de vacinação pública.

Doença
O HPV é um vírus altamente transmissível por meio de contato sexual. Muitas vezes assintomática, a doença pode causar verrugas nos órgão genitais tanto em homens quanto em mulheres. A doença também provoca corrimento vaginal, sangramento e dor, principalmente após o ato sexual.

Os órgãos de saúde acreditam que apenas 30% dos tipos de vírus que causam o câncer não são evitados pela vacina.

Foto: Bryan (em vermelho) e sua família em 2013

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