Histórico

Psicólogos brasileiros já podem atender clientes pela internet

Após a liberação do CFP, o divã pode ser na casa do cliente

Joselina Reis

Elisângela SiqueiraProblemas no dia a dia é o que não faltam. Nessas horas um bom acompanhamento psicológico pode ser o diferencial entre continuar vivendo os problemas, aprender a viver com eles ou aprender a resolver o que está incomodando. Para os brasileiros que moram longe, em viagem ou têm problemas de locomoção, o acesso a um profissional era um outro problema. Mas agora as coisas mudaram. Desde 2012, o Conselho Federal de Psicologia, no Brasil, liberou os psicólogos a atenderam clientes via internet.

Com ajuda da internet e ferramentas como Skype e microfone, brasileiros de qualquer parte do mundo podem ter acesso a profissionais no Brasil. Além da facilidade de comunicação com um profissional que fale a mesma língua, o pagamento é feito em reais, e não em euros ou em dólares. O CFP, no entanto, colocou uma série de exigências para que os websites dos psicólogos sejam aprovados e, por isso, adverte os pacientes que procurem pelo selo de garantia do órgão. Nele, existe um número de cadastro e a validade.

Para ser cadastrado junto ao CFP, o website do profissional precisa ainda mostrar claramente o número de registro no Conselho Regional de Psicologia em que está registrado; atender cada cliente no máximo por vinte sessões; ter o website em uma companhia de hospedagem no Brasil, e garantir o sigilo das consultas.

De acordo com o último informe mensal do Conselho Federal de Psicologia (março/2014), 65 sites ofereciam esse trabalho, entretanto apenas 20 possuíam o selo de aprovação do conselho.

A psicóloga brasileira Elisângela Siqueira é um dos profissionais que está apostando na internet para atender seus clientes. “A resolução do conselho vai ajudar, e muito, quem está viajando, pacientes com necessidades especiais e quem mora longe”, conta.

Ela lembra que passou pelo problema com seus clientes em anos anteriores à resolução do CFP. “Tive alguns pacientes que estavam em atendimento e quando foram para o exterior pediam o atendimento online. Eles iam estudar ou trabalhar fora do país e deixavam o acompanhamento psicológico. Eu sempre incentivava-os a procurarem atendimento no país onde estavam, mas a resposta que eu sempre obtinha é que era caro e que a cultura dificultava muito o tratamento”, lembra a brasileira que já é uma das aprovadas no novo sistema.
Elisângela explica que oferece o atendimento a seus clientes usando o Skype (com voz e imagem). Os pacientes com deficiência na fala, realizam as sessões via mensagens instantâneas e cada atendimento tem duração de 50 minutos, assim como em consultório convencional. “Eu incentivo o paciente a escolher um horário em que estará sozinho. Também peço que ele planeje esse horário de maneira que não seja interrompido durante a sessão”, explica.

Os atendimentos online, diferente dos presenciais, são focalizados em problemas atuais. “ Algumas pessoas já frequentaram por anos o tratamento convencional, mas estão com algum problema pontual nesse momento, precisam de orientação e sendo assim, o atendimento psicológico online supre essa necessidade”, lembrou a psicóloga, que atua no interior de São Paulo e agora em qualquer parte do mundo.

Números
Em apenas dois anos, a entidade recebeu 869 solicitações de cadastro de sites, segundo a assessoria de imprensa do CFP. Desses pedidos, 481 solicitações foram aprovadas, 215 reprovadas e 173 não necessitavam de cadastro, pois os serviços oferecidos não se enquadravam com a Resolução CFP nº 11/12.

A assessoria informou que a procura vem aumentando se comparada com os primeiros meses de liberação da prestação de serviços online. Em 2012, foram 181 solicitações de cadastro, enquanto no ano de 2013, 259 psicólogos pediram o cadastramento de seus websites.

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