O bailarino brasileiro Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, recebeu no dia 27 de abril a notícia de que ele não poderia voltar aos Estados Unidos, mesmo tendo um contrato com uma das companhias mais tradicionais do país, na região de Nova York. Segundo ele, as autoridades americanas explicaram apenas que, depois de revisar as evidências, concluíram que seu visto não poderia ser aprovado.
Por uma década, o bailarino viveu no país com todos seus documentos regularizados, e fez parte da Miami City Ballet. Em 2024, optou por deixar a companhia e foi contratado pela Dance Theater de Harlem, em Nova York. Em dezembro de 2024 as autoridades americanas pediram informações para que ele comprovasse que estava apto a assumir as funções de sua nova companhia. O bailarino enviou cartas de recomendação de outros artistas e mostrou que havia dançado com os maiores coreógrafos da atualidade nos Estados Unidos.
Com o fim de seu contrato em Miami, seu visto também foi encerrado. Ele tinha a opção de ficar nos Estados Unidos esperando pelo novo documento, mas sem trabalhar. Sua opção foi para visitar a família em Barra Mansa (RJ) e aguardar pelo novo visto no Brasil. Em virtude de sua trajetória artística nos palcos americanos e de ter um contrato assinado, Silva não pensou que corria risco.
“Nunca pensei que aconteceria comigo. Construí minha vida nos Estados Unidos, contribuí culturalmente, paguei meus impostos. Essa decisão me tira não só o direito de permanecer, mas também a dignidade de continuar meu trabalho”, declarou o brasileiro.
Segundo Silva, as autoridades americanas explicaram apenas que, depois de revisar as evidências, concluíram que seu visto não poderia ser aprovado. O bailarino diz que ainda está se recuperando do choque e que tem pensado em trabalhar na Europa e América Latina.
O caso despertou a atenção de colegas da comunidade artística e de defensores dos direitos de imigrantes. Advogados especializados relatam aumento expressivo nas recusas de vistos, especialmente para profissionais da cultura e das artes.