Histórico

Memorando de imigração criticado pelo sindicato do ICE

Agentes do ICE alegam que recomendações prejudicam o trabalho de campo

Um memorando emitido por um alto diretor do Órgão de Controle de Imigração e Alfândega (ICE) alertando para os agentes considerarem idade, nível educacional, saúde e outros fatores, no momento de deportar um imigrante ilegal, causou indignação na direita. Seus representantes afirmam que o governo Obama está tentando secretamente forçar uma reforma imigratória.

“Este memorando é verdadeiramente um Dream Act feito administrativamente”, disse Bob Dane, porta-voz da Federação para Reforma de Imigração Americana (FAIR). Dane se refere ao projeto de lei de 2010 que permitiria aos jovens trazidos para os EUA quando crianças ganharem residência legal se fossem para a universidade ou se juntassem às forças armadas.

No memorandum, o chefe do ICE, John Morton, recomenda aos agentes que eles sejam “seletivos” ao decidir quais pessoas devem ser levadas à corte. O governo Obama tem dito constantemente que a prioridade é deportar imigrantes ilegais que representem uma ameaça à segurança de suas comunidades ou tenham participado de fraude imigratória. O memorando recomenda que os agentes tomem “cuidado e consideração especial” quando os imigrantes ilegais são veteranos, menores de idade ou idosos que vivem nos Estados Unidos há muito tempo, ou vítimas de crimes, estão grávidas ou sofrem de problemas de saúde.

Ali Noorani, do Fórum Nacional de Imigração, entidade pró-reforma, disse que “em resumo, isto significa ter um advogado dentro do ICE e que o órgão, em vez de perder tempo processando um jardineiro, pode perseguir um criminoso”. Ele lembrou que era assim em 2000, no governo de Bill Clinton.

O sindicato do ICE, que representa mais de 7.000 funcionários do órgão, é formado em sua maioria por agentes de carreira, chamou a política de “um pesadelo para o cumprimento da lei” e “uma anistia disfarçada”. Os líderes do sindicato emitiram um voto de desconfiança em Morton no início deste mês. Eles apenas repetiram o mesmo ato de agosto passado, quando argumentaram que os agentes do ICE foram desencorajados a efetuar prisões de imigrantes ilegais que ainda não tivessem sido presos.

De qualquer maneira, Obama é o presidente com número recorde de deportações. O ICE aumentou o total de criminosos condenados deportados em 70% em dois anos — de 114.415 em 2008 para 195.722 em 2010, ao usar o programa de impressões digitais “Comunidades Seguras” que percorre as prisões locais em busca de imigrantes ilegais. Cerca de 400.000 pessoas foram deportadas no ano fiscal 2010, cerca de metade delas sem recordes criminais. Morton disse que 400.000 representa o número móximo de deportações que o órgão pode administrar.

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