Reportagens Especiais

A fé na comunidade (II) – Igreja Adventista do Sétimo Dia: a palavra da Bíblia como guia

Uma igreja completamente voltada para os ensinamentos de Jesus Cristo e seguidora inconteste dos textos bíblicos, preocupada com o apoio ao próximo e com a unidade familiar. Esta pode ser a principal definição da Igreja Adventista Brazilian Temple, afinada com os preceitos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, cuja sede fica em Silver Spring, Maryland, EUA.

Dando seqüência à série Fé na Comunidade, o AcheiUSA abre espaço para os adeptos da Igreja Adventista Brazilian Temple. Para isto, entrevistou o pastor Edemilson Cardoso e o pastor associado Alexandre Vaz, responsável pelo ministério jovem da Brazilian Temple.

Surge a Brazilian Temple – A unidade para servir a comunidade brasileira que vive na Flórida começou em maio de 1992, mas a igreja abriu efetivamente em janeiro de 1996. Isto é fruto do esforço do pastor Cardoso que veio para os Estados Unidos em 1990, com outros planos: “Minha intenção era ir para Michigan estudar e me dedicar à música. Mas um acidente automobilístico mudou minha vida. Tive de ficar dois anos fazendo fisioterapia, depois de ter sido hospitalizado”.

A partir daí, surgiu a oportunidade de criar uma igreja dedicada aos imigrantes brasileiros que vivem na Flórida. O convite foi feito ao pastor Cardoso, que servia como ministro de música na Igreja Adventista de língua inglesa. Hoje, a célula que surgiu para dar apoio aos imigrantes frutificou e reúne 1.200 membros, divididos em 10 congregações.

Na unidade da Brazilian Temple Seventh-day Adventist Church, em Fort Lauderdale, há 500 membros, “cujo principal foco é ser adorador de Deus e servir à sociedade”, enfatiza Cardoso.

Aliás, apesar de estarem orando constantemente, os adventistas não deixam de participar ativamente da vida terrena, conforme destaca o pastor: “Valorizamos a família como instituição, por isto temos um ministério voltado ao aconselhamento de matrimônio (ele já realizou 85 casamentos entre membros da igreja), à preparação de jovens para o casamento, e ao trabalho com crianças e adolescentes”.

Programas abertos à comunidade – O trabalho com crianças e adolescentes é exatamente o ministério comandado por Vaz. “Promovemos summer camp para integrar os jovens. Além de ser um programa com bastante atividades esportivas e sociais, ensinamos o valor de integrar-se com pessoas de outras faixas etárias, com visitas a hospitais e asilos. É importante que eles conheçam a realidade, porque no futuro todos ficarão velhos também”, observa o religioso. O programa não é restrito aos jovens que freqüentam a igreja. Está aberto a todos os membros da comunidade brasileira. E o preço é de US$ 70 por semana, com direito a café da manhã, almoço e lanche. É um valor acessível porque a igreja subsidia metade dos custos. Todos os anos os organizadores escolhem um tema para o summer camp. Este ano o tema foi Jerusalém.

O Clube de Aventureiros e o Clube dos Desbravadores são outros programas dirigidos para crianças. Os Aventureiros incluem crianças de 6 a 9 anos e os Desbravadores jovens de 10 a 15 anos. “Estes clubes também são abertos à comunidade. Fazemos acampamentos e projetos sociais. O objetivo é o de formar os jovens, mas também descobrir líderes para a comunidade”, revela Vaz.

Auxílio aos necessitados – Os pastores enfatizaram a importância do poder das orações para contribuir com a paz no mundo. Entretanto, isto não significa, em absoluto, que a Igreja Adventista não se envolva nos assuntos terrenos. Pelo contrário, seus membros têm participação ativa na ajuda aos necessitados, realizando missões em países de Terceiro Mundo e ajudando os pobres que vivem em países do Primeiro Mundo.

A Igreja Adventista possui até mesmo duas Organizações Não-Governamentais (ONG) dirigidas para este tipo de tarefa: Agência Adventista de Amparo e Desenvolvimento (ADRA, sigla em inglês), com participação em cerca de 120 países, investindo US$ 109 milhões (valores de 2002) para beneficiar mais de 15 milhões de pessoas nos países pobres e em desenvolvimento, ajudando a criar projetos agrícolas e pecuários e a viabilizar pequenos negócios; e a Assistência Social Adventista, mais voltada para ajuda emergencial em catástrofes ocorridas nos países ricos.

Por falar nisto, os religiosos revelaram que a central da Igreja Adventista na Flórida já mandou mais de 100 contêineres para as vítimas do furacão Katrina, que devastou os estados do Alabama, Mississipi e Louisiana, sobretudo a cidade de New Orleans. Recentemente, a igreja destinou cerca de US$ 5 milhões às vítimas do furacão do ano passado na Flórida, em Fort Myers.

Perfil do brasileiro adventista nos EUA – Cardoso disse que a igreja funciona como um centro informal de apoio ao imigrante: “Cinqüenta por cento das pessoas já freqüentavam nossos cultos no Brasil e os outros 50% aceitaram o evangelho aqui na Flórida. Atuamos forte nas campanhas de evangelização, porque incutimos nas mentes dos obreiros nossas propostas, para que o sonho americano não se limite a ser um projeto meramente materialista.”

Sob esta ótica, os membros aprendem que é preciso dar valor às coisas materiais e saber ganhar honestamente seu dinheiro. A igreja até mesmo incentiva as pessoas a abrir seus próprios negócios a fim de aumentar sua renda mensal. Todavia, enaltece também os aspectos espiritual e humanitário. “Ensinamos que ganhar é importante, mas servir o próximo também é. E destacamos o valor da oração. A prece deve fazer parte do cotidiano das pessoas”, complementa Cardoso.

Grande corrente de oração em outubro – Os adventistas da Brazilian Temple acreditam mesmo no poder das orações. Por isto, participarão da corrente de oração intercessória, programada para o primeiro sábado de outubro, que congregará imigrantes de todos os países de língua português. “O espírito cristão deve valorizar o imigrante. A Bíblia diz que Deus sempre ensinou a respeitar o estrangeiro e o imigrante nada mais é do que um estrangeiro que quer colaborar com sua força de trabalho para o crescimento da nação”, afirmam os religiosos.

Evidentemente, todos estão convidados a participar desta grande corrente. Os pastores também aproveitam para convidar toda a comunidade brasileira para participar da Olimpíada da Família, em comemoração ao mês da criança. O evento, gratuito, está programado para o dia 30 de outubro, no Quiet Waters Park, em Deerfiedl Beach. Será um domingo inteiro cheio de atrações e diversão, com apoio da prefeitura da cidade. Para quem gosta de acampar, aí vai uma sugestão. Em novembro, será realizada a Campal – uma excursão de quatro dias com acampamento perto da cidade de Orlando.

Bíblia, livro de escrituras sagradas – Os adventistas também crêem que a agressão ao meio-ambiente é condenável. Daí, tantas catástrofes, que acabam ceifando muitas vidas humanas, como foram os casos do tsunami na Ásia e do furacão Katrina nos Estados Unidos. “A humanidade deveria captar esta mensagem como um alerta. As tragédias são sinais de que Jesus está voltando (os adventistas acreditam na segunda vinda de Cristo à Terra). E a Bíblia confirma que a natureza emitiria gemidos em razão das ações irresponsáveis dos seres humanos”, afirma Vaz.

Portanto, para os adventistas, basta os seres humanos seguirem as palavras da Bíblia para alcançar a salvação eterna. Tanto que eles guardam o sábado como dia sagrado, em vez do domingo como a maioria das religiões, seguindo os preceitos do Judaísmo. “A Bíblia diz que Deus determinou ser o sábado um dia de descanso, benção e santificação. E nós obedecemos seus ensinamentos”, finaliza Cardoso.

Quem quiser saber mais sobre os eventos e sobre a Igreja Adventista Brazilian Temple, pode contatar os pastores Emilson Cardoso e Alexandre Vaz através do telefone (954) 565-8880 ou entrar nos sites www.braziliantemple.com ou www.igrejaadventista.net.

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