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Agentes de imigração prendem no aeroporto viajantes que omitiram o fato de já terem vivido ilegalmente nos EUA

Nos últimos dois meses, foram presos passageiros vindos do Brasil, Argentina e Guatemala no Aeroporto Internacional de Miami

DA REDAÇÃO, COM MIAMI HERALD – O setor de Imigração do Aeroporto Internacional de Miami está apertando o cerco contra viajantes que omitem no formulário e na entrevista nos consulados para conseguir o visto, o fato de já terem vivido ilegalmente nos Estados Unidos. Em uma busca rápida no sistema, os agentes conseguem ver todo o histórico do passageiro e descobrir se a pessoa já morou nos EUA de forma ilegal. A omissão dessa informação é considerada crime federal.

Entre outubro e novembro, quatro viajantes vindos do Brasil, Argentina e Guatemala foram presos no aeroporto de Miami e estão aguardando para serem deportados. Os quatro portavam visto de turista válido, mas já haviam vivido ilegalmente no país e não disseram isso aos agentes consulares.

No dia 7 de novembro, foram presos no aeroporto de Miami os brasileiros José Ronilto Lino e Gislaine Martins de Souza, vindos de Belo Horizonte. Ao ser questionado separadamente pelos agentes de imigração, Lino admitiu ter entrado pela fronteira do México anos atrás e ter pago $8 mil para um coiote. Mesmo caso de Gislaine, que também já havia vivido nos EUA no passado e ingressou no país pela fronteira com o México. Ela informou que seu marido pagou coiotes para trazê-la. Os dois estão presos e aguardam para serem deportados.

O outro preso foi Carlos Enrique Salázar da Guatemala que, ao mostrar seu passaporte para o agente, ele conseguiu ver que Carlos havia saído dos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2006, mas não havia nenhum registro da sua entrada. Salazar admitiu que entrou no País pela fronteira em 2000 e que estava tentando retornar.

O último preso no dia 15 de novembro foi o argentino Agustin Dario Silva, que entrou nos Estados Unidos em 2000 com visto de turista e viveu no País por oito anos, sendo que a permanência para turistas argentinos é de três meses.

“Não minta para a imigração”
O advogado de imigração Ludo Gardini disse ao AcheiUSA que tem diversos clientes que sofrem as consequências por terem mentido para a imigração, seja em formulários de vistos, seja no consulado ou seja no preenchimento de documentos nos EUA. “Nunca minta para a imigração. Hoje, com toda a tecnologia e cruzamento de dados que eles têm disponíveis, é quase impossível mentir para eles. Mesmo que o consulado não detecte a mentira no Brasil, eles descobrem a mentira no aeroporto”, disse o advogado.

Ele conta que tem um cliente que está preso por ter mentido, foi descoberto, está preso e vai perder o green card. “Eles estão dificultando cada vez mais a legalização das pessoas. Colocando diversos empecilhos e buscando qualquer tipo de rastro que porventura a pessoas possam ter deixado. Eles estão também trocando informações com a Polícia Federal brasileira. Ou seja, não minta. Aja dentro da lei que tudo dará certo”, finaliza Gardini.

 

Brasileiro relata experiência
Adauto Ferreira, morador de Uberlândia (MG), viveu na pele a experiência de ser deportado do aeroporto de Miami há menos de um mês. Ele relatou ao AcheiUSA que mentiu na entrevista no consulado em Brasília e no formulário, dizendo que nunca havia morado nos EUA. “Quando pousamos (ele e o filho) em Miami, fomos para a imigração, como qualquer outro turista, quando me perguntaram qual foi o tempo em que fiquei nos EUA da última vez, eu disse que foram seis meses, quando na verdade havia excedido 1 ano o tempo permitido. Isso bastou para que eu fosse desmentido por eles. Fui para a salinha e lá me informaram que eu havia quebrado duas leis, a de ter ficado além do permitido e de ter trabalhado nos EUA sem autorização, crimes considerados administrativos. Caso eu negasse, eles disseram que tinham provas e eu estaria cometendo um crime federal, que é de mentir para um agente federal americano, e que isto me levaria à prisão”, contou.

Adauto veio para os EUA em 1995, ficava indo e voltando no prazo permitido, até que uma dessas vezes ficou 13 meses além do permitido. “Em Brasilia fiz a entrevista e consegui os dois vistos, sem maiores problemas, pois nem me pediram meus documentos, como imposto de renda, contrato social da loja que possuímos, nem nada. Ficamos felizes e até comemoramos, mas foi tudo em vão”, concluiu.

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