Histórico

Americano acusado de pedofilia é preso no Nordeste do Brasil

Líder de seita religiosa, Victor Barnard era procurado pela Interpol por abusos sexuais; ele se dizia representante de Jesus

DA REDAÇÃO (com G1) – O líder de uma seita religiosa no estado de Minnesota Victor Arden Barnard, de 53 anos, foi preso pela polícia brasileira na última sexta-feira (27) numa praia do Rio Grande do Norte. Barnard responde a 59 acusações de abusos sexuais contra crianças e adolescentes, crimes que teriam ocorrido entre os anos de 2000 e 2009 no condado de Pine. Na época, ainda de acordo com a denúncia, Barnard pregava que ele próprio representava “Jesus na carne”, e que para ele era normal fazer sexo com suas seguidoras, uma vez que “Cristo tinha tido relações com Maria Madalena e outras mulheres que o seguiam, assim como o rei Salomão havia dormido com muitas concubinas”.

A Polícia Federal confirmou as informações e revelou que Barnard era pela Interpol, e que ele também figurava na lista dos 15 mais procurados pela agência U.S. Marshal, organização policial americana responsável pela busca e captura de foragidos internacionais.
“A agência U.S. Marshal oferecia uma recompensa de $25 mil dólares para quem desse informações que levassem o acusado à prisão. Contudo, como a Polícia Militar cumpriu com sua obrigação constitucional, assim como a própria Polícia Federal, o dinheiro não será reclamado”, acrescentou o delegado Paulo Henrique Oliveira, superintendente em exercício da PF no Rio Grande do Norte.

Ainda de acordo com o delegado, o americano entrou de forma legal no Brasil em 2012, só sendo considerado procurado internacionalmente a partir de abril de 2014, quando condenado.

De acordo com a polícia, o americano foi encontrado por volta das 9pm em uma casa dentro de um condomínio na paradisíaca praia da Pipa, município de Tibau do Sul (RN). Escrituras, documentos, agendas, computadores, pendrives, aparelhos e chips celulares foram apreendidos e levados para a sede da Polícia Federal, em Natal.

“Uma brasileira de 33 anos, que já morou nos Estados Unidos, dava cobertura ao acusado. Ela assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por favorecimento pessoal e foi liberada. Já o americano, foi levado para a superintendência da PF. Havia um mandado de prisão contra ele, incluindo uma ordem de extradição já assinada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou o oficial.

Ainda segundo a polícia, as informações sobre a presença do americano na praia da Pipa foram repassadas pela Polícia Federal. “Depois disso, demos início a uma operação para prendê-lo. Contamos com o efetivo da PM de Tibau do Sul e da Pipa”, acrescentou.

Entenda o caso
O assunto está repercutindo na imprensa americana esta semana. De acordo com a Reuters, Victor Barnard começou a ser investigado em 2012 quando duas de suas seguidoras resolveram denunciá-lo. Uma delas alegou que vinha sofrendo abusos sexuais desde os 12 anos. Outra, desde os 13 anos, quando ela e a família se juntaram a uma igreja chamada ‘River Road Fellowship’. Autoridades disseram que a congregação é um desdobramento do ‘The Way International’, grupo que se autodenomina cristão.

Em julho de 2000, Barnard criou um grupo de jovens meninas chamado de “Maidens” ou “Alamote”, segundo a denúncia. O grupo, que tinha 50 membros, pregava que as meninas deveriam permanecer virgens e nunca se casar.

Em 2011, o grupo liderado por Barnard se mudou de Minessota para o estado de Washington. Em novembro de 2012, após ser condenado, a polícia foi atrás de Barnard, mas ele não foi localizado.

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