Um tribunal búlgaro do distrito de Haskovo decidiu, na segunda-feira (5), extraditar o brasileiro Kaíke Ribeiro para a Espanha. A informação foi publicada pelo jornal búlgaro “Dneven Trud”.
Ribeiro deve ser enviado de volta à Espanha, onde vive, nos próximos dez dias. Ali, responderá à acusação de ter tentado viajar à Síria para unir-se à milícia radical Estado Islâmico.
O brasileiro e dois marroquinos que foram detidos com ele em 15 de dezembro negam as acusações. Eles afirmam que planejavam ir à Grécia e à Turquia durante as férias.
A detenção aconteceu na fronteira búlgara com a Turquia.
De acordo com o jornal “Dneven Trud”, o marroquino El-Gharbi entoava, durante o julgamento, versículos do Corão, o livro sagrado do islã. Ele reclamou do frio de sua cela e disse esperar ir à Espanha brevemente.
A reportagem procurou a família de Ribeiro e a advogada dele. Desde o início do caso, porém, eles têm se recusado a conversar com a imprensa. As autoridades espanholas e a diplomacia brasileira também mantêm sigilo.
Sabe-se que Ribeiro vivia em Terrassa, próximo a Barcelona, e que frequentava a mesquita Badr -visitada pela reportagem em dezembro. A cidade tem uma comunidade marroquina coesa, e a mesquita foi acusada no passado pelo radicalismo de seu líder anterior, já fora do cargo. Ribeiro foi descrito à reportagem, ali, como “o brasileiro alto” que não conversava com pessoas fora de seu círculo de amizades, formado especialmente pelo marroquino Tawfiq, que teria tido um importante papel no seu trajeto.