Histórico

Brasileiro de 82 anos não pensa em parar de trabalhar

Pintor já tem dezoito telas prontas e espera uma oportunidade para fazer uma exposição nos Estados Unidos

Joselina Reis

Armando
Armando diz que já pintou o Cristo Redentor tantas vezes que consegue fazer o quadro em poucos dias

“Vou pintar até quando der. Quando não der mais, não deu.”, respondeu o pintor brasileiro Armando de Araújo, 82 anos, ao ser questionado sobre quando planeja aposentar seus pincéis. Com mais de sessenta anos de trabalho, ele garante que ainda tem muita tela para pintar, principalmente paisagens e cavalos, temas preferidos dos americanos e brasileiros.

Armando, que assina “Odnamra” em suas obras, uma sugestão de uma ex-aluna, que achou que as letras do seu nome ao contrário tinham mais estilo, vive entre o Rio de Janeiro e a Flórida. Segundo ele, a facilidade para o desenho começou ainda na infância, mas não chegou a fazer curso superior de artes plásticas, ficou somente num cursinho de desenho técnico.

A profissão escolhida para levar a vida e cuidar da família foi a de militar. Com a aposentadoria depois de anos prestados ao Corpo de Bombeiros da Ilha do Governador (RJ), ele decidiu voltar de vez ao seu hobby favorito, a pintura. Mas não deixou que seus horizontes parassem nas curvas que os pincéis fazem nas telas, ele também quis ajudar outros e por isso oferece aulas de pintura e sempre que pode doa obras para instituições de caridade. “Vários de meus alunos hoje são professores”, completa ele com muito orgulho.

Seu estilo acadêmico clássico a tinta óleo está por toda a sala de seu pequeno apartamento em uma comunidade para idosos em Deerfield Beach. Até agora, ele tem 18 telas prontas e espera uma oportunidade para fazer uma exposição. Não vai ser a primeira: ele lembra que já apresentou seus trabalhos em vários lugares, nos EUA e no Brasil.

Os prêmios e reconhecimentos do seu talento também são vários. Entre eles, o primeiro lugar no salão de artes plásticas da Ilha do Governador. O mais recente foi o primeiro lugar em uma exposição promovida pela Marinha brasileira com o quadro “O Veleiro Japonês”.

Ele também não esquece a homenagem que o Corpo de Bombeiros de NY lhe enviou como agradecimento à doação de uma tela. Como ex-bombeiro militar, ele presenteou a corporação americana com uma obra representando o Cristo Redentor, como homenagem aos bombeiros mortos durante ao ataques terroristas de 11 de setembro de 2011.

Armando leva de duas horas a até 11 dias, dependendo dos detalhes do desenho, para terminar uma tela, e não pensa em parar de pintar. “Nasci pintando e vou morrer pintando. A vida é essa!”, afirma.

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