Música

Brasileiro viaja pelo sul dos EUA fotografando cena musical

Fã de gêneros típicos dessa região do país, artista Sergio Poroger partiu em viagem pela Geórgia, Tennessee, Mississipi, Louisiana e Texas; ‘É uma América pobre, suja, mas cheia de cor”, afirma

Fotografia de Sergio Poroger, incluida em seu fotolivro 'Cold Hot'
Fotografia de Sergio Poroger, incluida em seu fotolivro ‘Cold Hot’

DA REDAÇÃO – Uma região que em pouco lembra a cosmopolita New York, a rica Flórida ou a moderna Califórnia, locais que muitos brasileiros conhecem quando viajam pelos Estados Unidos.

A metade sul do país é, segundo o fotógrafo brasileiro Sergio Poroger, bem diferente disso. “Me deparei com uma América muito diferente daquela que nós brasileiros nos acostumamos a visitar: pobre, humilde, às vezes suja, às vezes grandiosa, mas cheia de vida, de cor”, disse ao jornal “Folha de S.Paulo”. “Não tem lugar mais musical nos Estados Unidos que o sul.”

Poroger, após dois anos de pesquisa, partiu para uma viagem de 17 dias pelo sul do país no inverno, percorrendo mais de 3.000 km de carro entre Geórgia, Tennessee, Mississipi, Louisiana e Texas. Seu objetivo: mapear a cena musical impregnada na história da região. O resultado pode ser visto em “Cold Hot” fotolivro do artista lançado recentemente no Brasil.

O volume, segundo a critica do jornal brasileiro, pode ser dividido em duas partes. A primeira apresenta tons mais sóbrios ao abraçar o mundano, a metade gélida que abre o livro. Nela, o olhar de Poroger concentra-se em cenas no cotidiano: pontes, casebres deteriorados, operários em serviço.  Já na segunda metade, o fotógrafo quebra a frieza, descortinando o calor dos templos do blues rural, as casas emblemáticas de jazz, os redutos do country do Tennessee e os rincões da soul music urbana.

Nas fotografias de Poroger, as cores fortes do interior dos bares contrastam com a austeridade da paisagem externa. Um cantor, uma guitarra e uma bateria transformam acordes em desafogo à corrosão do mundo lá fora. A música também faz a vez de elo entre negros e brancos, por vezes separados nos clubes, ainda que sutilmente, por mesas e cadeiras vazias. “Quando ela surge, todos cantam juntos, se abraçam e esquecem as diferenças”, resume o fotógrafo à Folha.

“Cold Hot” foi lançado no Brasil pela editora Alfaiatar. Mais informações em sergioporoger.com.

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