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Completando um ano de guerra, Rússia diz analisar plano de paz proposto por Lula

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, anunciou que o país está estudando a possível mediação proposta pelo presidente brasileiro

A guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24) e, ás vésperas do aniversário, o governo russo afirmou estar analisando um plano proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar mediar a paz e cessar o conflito. A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa TASS na última quinta-feira (23).

“Ficamos sabendo das declarações do presidente brasileiro sobre uma possível mediação política para impedir a escalada do conflito na Ucrânia”, afirmou Galuzin. Ele disse que o regime de Putin está “examinando iniciativas, principalmente sob o ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação em campo”.

O vice-ministro russo destacou também a longa cooperação bilateral e global entre Brasil e Rússia, ao lado da China, Índia e África do Sul no grupo Brics. “Estamos interagindo de forma construtiva nos Brics, G20, ONU e seu Conselho de Segurança, onde esta nação agora é representada como membro não permanente”, acrescentou.

A política de neutralidade brasileira também foi citada por Galuzin. Ele disse “apreciar” a decisão do governo Lula de não enviar armas à Ucrânia, “apesar da pressão” dos Estados Unidos, França e Reino Unido, que enviaram armas e outros materiais bélicos ao país.

Em janeiro, Lula recebeu o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e sugeriu a formação de um grupo de países em prol da paz na Ucrânia, liderado pela China, tendo em vista que o governo de Xi Jinping “tem um papel importante nas negociações” para o cessar fogo. Na ocasião, o petista afirmou que a Rússia está errada em invadir a Ucrânia. Ainda assim, sugeriu que o governo ucraniano poderia ter agido de forma diferente para evitar o conflito. “Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam”, declarou o presidente ao lado do chanceler alemão.

Em um ano, a guerra entre Rússie e Ucrânia já deixou cerca de 210 mil mortos, pelo menos 30 mil deles, civis.

*Com informações do Estadão.

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