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Empresários culpam governo por falta de mão de obra imigrante para produção de semicondutores nos EUA

De acordo com a Associação das Indústrias de Semicondutores, mais de um terço da força de trabalho do setor é de estrangeiros

Indústria de semicondutores enfrenta escassez de mão de obra (Foto Canva)

Os Estados Unidos estão vivenciando um boom na produção de semicondutores depois da aprovação do CHIPS Act em 2022 – que injetou mais de $50 bilhões na indústria para reduzir a competitividade com a China –, mas o setor esbarra na falta de mão de obra.

Segundo relatório publicado pela Associação das Indústrias de Semicondutores, até 2030, mais de 85.000 vagas de trabalho na área serão criadas, mas é provável que mais de 80% dessas vagas não sejam ocupadas. Isso acontece, porque um terço da força de trabalho do setor é formada por estrangeiros, que esbarram na burocracia do governo americano para conceder vistos de trabalho e green cards.

Em julho, a chinesa TSMC iria abrir sua primeira planta no Arizona em 2024, mas teve que adiar os planos por mais um ano devido à falta de trabalhadores qualificados. “Estamos trabalhando para resolver o problema, enviando técnicos capacitados para treinar os trabalhadores locais, mas mesmo assim, vamos ter de adiar os planos para 2025”, disse o presidente da empresa Mark Liu.

O presidente da organização pró-imigrantes Todd Schulte criticou o governo e o Congresso pela lentidão em aprovar leis que facilitem a vinda de trabalhadores estrangeiros especializados. “É inacreditável que o crescimento da indústria de semicondutores vai embarrar na falta de uma reforma imigratória ou de uma lei imigratória mais eficaz”.

Sistema imigratório desatualizado

Especialistas criticam a falta de uma reforma nas leis imigratórias, que datam a década de 1950. No caso do visto H-1B, voltado para trabalhadores qualificados, o governo dá 65.000 vistos todos os anos e outro 20 mil para aqueles com mestrado. Essa quantidade não é atualizada desde 2006.

Além da falta de vistos, o processamento de autorizações de trabalho é extremamente lento, devido ao grande número de pedidos diariamente. Um relatório de março deste ano da Envoy Global mostra que 94% das empresas seriam patrocinadores dos vistos de seus empregados se a burocracia fosse menor.

“A última vez que tivemos uma reforma imigratória relevante foi em 1990. Isso foi antes da chegada da internet, antes da China se destacar na economia mundial. O sistema imigratório dos EUA é baseado nas classes trabalhadoras das décadas e de 50 e 60 e isso precisa mudar”, enfatiza Schulte ao Yahoo Finance.  

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