Marcus Coltro

Envelhecer é uma m…, mas a alternativa é pior…

Minha mãe sempre disse isso, a alternativa de envelhecer é muito pior. Na realidade, estar velho é bem diferente do que ser velho. Depois que a gente começa a dizer a idade com “…enta”, o negócio corre rápido, tipo correr no gelo e tentar brecar.

Este ano eu fiz quarenta e poucos anos (“vinte” são poucos anos), me doeu um pouco, ainda mais ao pensar que meu pai morreu com menos de setenta e meu tio também. Em compensação, meu avô materno morreu com oitenta e seis – um recorde que só foi quebrado pela minha mãe que fará oitenta e oito este ano! Ela sempre se cuidou, principalmente pelo fato de ter vários casos de diabetes na família. Sua mãe – minha avó – morreu cega, sem perna e paralisada de um lado. Mas sempre que perguntávamos como ela estava, a resposta era a mesma, “está tudo muito bom”.

Confesso que este ano o número da idade me abalou um pouco – não me sinto um sessent… digo, uma pessoa com mais de cinquen… digo, quarenta anos. Agradeço a genética da minha família – minha tia Silvana fez seten… digo, mais de cinquenta este ano (vai que ela lê esse texto). Ela mal tem rugas, dá para passar por uns cinquenta anos no máximo. Ela é dez anos mais velha que eu, quando tinha quatorze (catorze? Sei lá) eu tinha quatro, e brincávamos juntos na casa de minha avó. Eu dormia de vez em quando com ela, em uma cama de solteiro. Hoje, eu e minha barriga não cabemos em uma cama de solteiro. Ah, ela me deu um cigarro para experimentar aos seis anos de idade (ela com dezesseis) e eu gostei.

A Sil (nunca a chamei de “tia”) era adolescente na época do “bicho-grilo” – se casou muito cedo, por assim dizer… estava com pãozinho no forno aos dezesseis anos. Foi ser avó com trinta e nove anos! Eu causei uma crise entre suas netas esses dias… (explicado mais abaixo).

E eu… hum… já estava me sentindo assim meio velho com meus sessen… digo, cinquen… digo, quarenta e poucos anos. Aí, minha filha Bianca, que mora a quinhentos milhões de quilômetros de distância (que é como eu sinto), chega e me diz “estou grávida de meu marido”! Como??? Serei “avô”?? Pronto – sem chance de sair com mulheres mais novas… nenhuma irá querer dizer para as amigas que está saindo com um avô! Será que minhas costas começarão a doer? Preciso comprar uma bengala? Acho que minha audição está diminuindo, será impressão?

Fui checar o grupo de meus coleguinhas de escola (um monte de gente de idade), para saber quantos ali eram avós. Saco, só um! Sou o segundo! Pô, TODOS eles são mais velhos que eu! Sem falar que parecem mais velhos que eu! (vou postar no grupo, hehehe!)

Brincadeiras à parte, estou extremamente feliz pela minha filha, uma mulher (minha mão treme, ela é minha filhinha, não uma “mulher”!) muito decidida! Ela havia me dito que seus planos seriam se mudar para o exterior e ser mãe com vinte de três anos. E me disse isso quando era muito nova! Não é que ela quase acertou? Será mãe com vinte e quatro anos, e eu avô com quarenta e poucos anos! Tenho certeza de que será uma mãe competente e firme – quando ela decide fazer uma coisa, o faz!

Já avisei que nem ferrando um pirralho/a vai me chamar de vovô. Provavelmente vai me chamar de “grandpa”! (A Bianca acabou de me corrigir, dizendo que no Canadá chamam de “poppa”).

Confesso que fiquei meio chateado de ela não ter aceitado minha sugestão de nome caso seja menina, seu marido se chama Noah, então sugeri Noahnca, uai!

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