O governo dos Estados Unidos criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar e impôs novas restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma postagem nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental, vinculado ao Departamento de Estado, classificou a medida como uma ameaça à democracia e defendeu o direito à liberdade de expressão, afirmando que “qualquer tentativa de silenciar líderes eleitos deve ser vista com preocupação”.
“Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta”, diz o comunicado.
O ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar na segunda-feira (4), por determinação de Moraes, sob a alegação de que violou medidas judiciais ao conceder declarações públicas por meio de aliados e plataformas digitais. Além da prisão, Bolsonaro teve os direitos de comunicação suspensos, incluindo o uso indireto de redes sociais, entrevistas e contato com apoiadores políticos.
Segundo a decisão do STF, as restrições visam evitar interferência nas investigações em curso, incluindo aquelas relacionadas à tentativa de golpe de Estado, suposta obstrução da Justiça e uso de documentos falsos. As manifestações dos Estados Unidos aumentam a tensão diplomática com o Brasil, justamente na véspera da entrada em vigor das novas tarifas de 50% sobre a importação de produtos brasileiros.