A Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial) anunciou na terça-feira (27), que a derrubada do aplicativo de comunicação EncroChat levou à prisão de cerca de 6.600 pessoas e à apreensão de $979 milhões em fundos ilícitos. As prisões foram efetuadas principalmente pelas polícias da França e da Holanda. Segundo as autoridades, a maioria dos usuários do EncroChat eram membros do crime organizado (34,8%) ou traficavam drogas (33,3%). O restante se envolveu em lavagem de dinheiro (14%), assassinatos (11,5%) e tráfico de armas de fogo (6,4%).
A ferramenta, apelidada de “WhatsApp dos criminosos”, executava uma versão especial e reforçada do Android que prometia aos usuários criptografia inquebrável, anonimato e nenhuma rastreabilidade. O serviço também fornecia recursos de autodestruição de mensagem e limpeza de dispositivo, recursos valorizados por criminosos que desejavam se comunicar com segurança. Segundo as autoridades, os usuários pagavam € 1.500 (o equivalente a US$ 1.635) por uma assinatura de seis meses com cobertura global e suporte 24 horas.
Em 2020, uma agência policial europeia em larga escala se infiltrou na plataforma EncroChat e conseguiu analisar milhões de mensagens compartilhadas entre seus usuários após quebrar o algoritmo de criptografia. Desde então, unidades policiais na França e na Holanda, trabalhando em coordenação com seus pares em outros países, prenderam 6.558 usuários do EncroChat, incluindo 197 alvos de alto valor. Entre os criminosos mais procurados está o traficante português Rúben Oliveira, também conhecido como “Xuxas”.
De acordo com os números revelados para a imprensa, o fim do EncroChat conduziu também à apreensão de 103,5 toneladas de cocaína, 163,4 toneladas de canábis, 3,3 toneladas de heroína ou mais de 30 milhões de comprimidos de drogas químicas. Foram ainda apreendidos mais de 900 veículos, quase 1 mil armas de fogo, 83 barcos e 40 aviões.
