Histórico

Família de brasileiro que levou tiro há três meses em Boca Raton relata dificuldades

Eles processaram o vizinho americano que reagiu a assalto e estão vivendo da ajuda da comunidade

Ana Paula Franco

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Júnior Caldas na época do acidente

Júnior Caldas na época do acidente

Tudo que a família do brasileiro Joelito Caldas Júnior, baleado há três meses em Boca Raton, quer é voltar a ter uma vida normal. Desde a noite de 5 de abril, a vida da família que havia chegado há apenas quatro dias à Flórida, virou de pernas para o ar quando Júnior levou um tiro enquanto limpava o jet ski na porta de casa.

Ele foi atingido no pescoço, após o vizinho reagir a um assalto em frente à sua casa. A bala passou raspando na cabeça de Caldas, atravessou o pescoço e atingiu uma vértebra do brasileiro que foi operado e já teve alta. Os médicos disseram que Júnior Caldas foi salvo por um milagre. Ele não perdeu nenhum movimento do corpo, faz fisioterapia, mas ainda tem dificuldades para mexer o pescoço e está impedido pelos médicos de trabalhar até outubro quando vai fazer outra avaliação. A família vivia em New Jersey há 12 anos e se mudou para a Flórida onde Júnior abriu uma empresa para instalação de pisos.

“Meu marido estava na garagem limpando o jet ski e meu vizinho da frente foi vítima de uma tentativa de assalto, quando estava chegando em casa, os bandidos já estavam esperando ele chegar e o renderam. Ele estava armado e começou a atirar para todo lado, e infelizmente, uma das balas atingiu meu marido. Nós estamos processando o vizinho porque o seguro dele está nos enrolando e não recebemos nada ainda”, relatou Sabrina Caldas, esposa de Júnior.

O casal tem duas filhas, uma de cinco anos e outra de um ano e meio. Segundo Sabrina, a mais velha está passando por tratamento psicológico porque não fica mais sozinha, tem pesadelos e quer ficar só perto do pai porque ela viu tudo o que aconteceu. Sabrina tem que cuidar das filhas e não pode trabalhar. “Estamos vivendo da ajuda das igrejas e da comunidade. A PIBFlórida dá para gente uma cesta básica, amigos nos ajudam daqui e dali e temos encontrado também apoio espiritual. Graças a Deus temos pessoas solidárias ao nosso redor”, disse.

Ela reclama da negligência do vizinho americano que não está dando nenhuma assistência à família. “Por um ato irresponsável dele, de sair atirando, estamos passando por isso. Já vendemos tudo que tínhamos para pagar as contas. Agora é esperar e confiar na Justiça”, afirma Sabrina.

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