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ICE em Atlanta prendeu em seis meses mais de 7.7 mil imigrantes indocumentados

Número é 80% maior que no mesmo período do ano passado; polícia tem trabalhado em conjunto com a imigração, de acordo com reportagem do New York Times

A unidade do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) em Atlanta, na Geórgia, está sendo um dos mais temidos por imigrantes indocumentados nos EUA. De acordo com reportagem especial do jornal New York Times, o ICE já prendeu – ao longo da Geórgia e Carolinas do Norte e Sul – mais de 7.700 imigrantes indocumentados entre janeiro e junho deste ano, últimos números divulgados pela agência federal. Esse número é 80% maior que o mesmo período do ano passado e só perde para o escritório de Dallas, no Texas, segundo o NYTimes.

“Se você estiver ilegal neste país, sim, você deve estar com medo. Provavelmente nós vamos bater na sua porta uma hora ou outra”, disse o agente Sean Gallagher, do ICE de Atlanta.

O ICE de Atlanta tem contado com a ajuda de policiais, que ao pararem imigrantes por algum motivo – seja lâmpada queimada ou estacionamento proibido – eles logo acionam a imigração. Shoppings normalmente frequentado por hispânicos e latinos estão perdendo clientes.

No início deste mês, por volta das 5 da manhã, diversas vans do ICE estacionaram em um condomínio que fica a 16 milhas de Atlanta. Uma pessoa avistou os carros e avisou quem ela poderia avisar. Em 15 minutos, todos os imigrantes indocumentados estavam dentro de suas casas, trancados e com medo. “Nós temos que ajudar uns aos outros. É um medo constante, todos os dias”, disse Cristina Monteros, a primeira a avistar os agentes.

A cada hora, um imigrante sem documentos dá entrada em alguma prisão do Estado, onde não há nada de ‘cidade-santuário’ para imigrantes.

Gabriela Martinez, de 28 anos, mãe solteira de três filhos que entrou pelo México em 2005, foi parada por uma lanterna quebrada. Ela foi detida por quatro dias e conseguiu ser liberada. Hoje só anda de Uber e tem uma tornozeleira eletrônica atrelada ao corpo. “Hoje vivemos um clima de medo e apreensão”.

Os imigrantes têm tentado comunicar entre si a presença do ICE por meio do Facebook.

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