Histórico

Interpol critica governo por erros em controle de imigração

Falta de interação e uso do extenso banco de dados da agência facilitaria terrorismo

Estado de S. Paulo
O secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, criticou o governo do Reino Unido por não comparar informações de estrangeiros que entram no país com o banco de dados da própria agência de investigação – que contém os números de passaporte, impressões digitais e fotos de mais de 11 mil suspeitos de terrorismo.

Em referência aos médicos detidos na semana passada em relação aos atentados fracassados de Londres e Glasgow, Noble afirmou, segundo o jornal The Daily Telegraph, que “todos eles podiam ter sido detidos, condenados ou ser procurados em alguma outra parte do mundo sem que o Reino Unido se inteirasse”.

Segundo Noble, acredita-se que muitos estudantes procedentes de lugares conflituosos do mundo obtêm vistos de estudante para entrar no Reino Unido, mas uma vez no país não se apresentam aos cursos em que foram matriculados.

No domingo, o novo primeiro-ministro, Gordon Brown, fez uma chamada à luta contra a ameaça terrorista e reivindicou uma nova base global de dados de suspeitos, após afirmar a urgência da troca desse tipo de dados entre os países.

O porta-voz para assuntos do Interior da oposição conservadora, David Davis, disse que o desejo expressado por Brown perde força pela revelação de que o Reino Unido não compara as informações sobre os imigrantes potenciais com o banco de dados já existente.

“Mais uma vez, o problema não é a política do governo, mas sua incompetência no momento de aplicar as medidas (antiterroristas), o que ameaça nossa segurança”, afirmou Davis em referência às críticas do chefe de Interpol.

O Ministério do Interior tenta submeter à contínua vigilância cerca de 200 redes extremistas neste país, segundo o jornal, das quais 80 funcionam no centro do Reino Unido, 70 na região de Leeds, Bradford e Manchester, e 35 em Londres.

Em cada uma dessas redes podem estar envolvidas mais de 12 pessoas, o faria com que o número total de extremistas que teriam de ser vigiados superasse os 1.600.

Embora sua maioria não se dedique ao planejamento de ataques terroristas, o MI5 (serviço de informação interior) expressou seu alarme pela crescente rapidez com que alguns desses grupos passam da radicalização à ação.

O novo assessor de segurança do governo, o almirante Sir Alan West, disse ao dominical The Sunday Times que a luta deste país contra o terrorismo pode durar até 15 anos.

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