A lojista Katrina Maclean confessou ter comprado ossos, órgãos e outras partes humanas desviadas do necrotério da Harvard Medical School. O material era incorporado a bonecos e objetos comercializados em sua loja, Kat’s Creepy Creations, no estado de Massachusetts.
De acordo com o FBI, ela chegou a pagar cerca de $ 600 por duas cabeças humanas parcialmente dissecadas. As autoridades apontam que as compras ilegais ocorreram entre 2018 e 2022, período em que partes de corpos doados para fins científicos foram desviadas do necrotério de Harvard.
Segundo as autoridades, o principal responsável pelo esquema era Cedric Lodge, então gerente do necrotério da Harvard Medical School. Ele foi preso em 2023 e, após se declarar culpado, foi condenado a oito anos de prisão por roubar e vender partes de cadáveres, incluindo cabeças, rostos, cérebros, pele e mãos.
De acordo com promotores federais, entre 2018 e pelo menos março de 2020, Lodge retirava partes dos corpos após o uso em pesquisas e aulas, transportando o material do necrotério, em Massachusetts, para sua residência em Goffstown, no estado de New Hampshire. Ele e a esposa, Denise Lodge, também condenada a um ano de prisão, venderam os restos humanos a diversos compradores em diferentes estados americanos, caracterizando tráfico interestadual de restos humanos.
Em nota, a instituição de ensino classificou as ações do ex-funcionário como “repugnantes e incompatíveis com os padrões e valores” da universidade, afirmando ainda sentir “profunda tristeza pelas famílias dos doadores afetados”. Em outubro, o Supremo Tribunal de Massachusetts autorizou que familiares de doadores ingressem com ações judiciais contra a universidade, sob a alegação de falhas no controle e na destinação dos corpos.
O caso reacendeu o debate ético e legal sobre a fiscalização de necrotérios, programas de doação de corpos e o uso indevido de restos humanos fora do ambiente científico e médico autorizado, levantando questionamentos sobre a segurança e a transparência desses processos no país.
Com informações da Record Americas e da Reuters.
