A maconha vendida nos Estados Unidos está mais forte do que nunca, o que pode explicar o número crescente de emergências médicas envolvendo a droga, afirmaram especialistas do governo nesta quarta-feira.
Análises de amostras de maconha e haxixe mostraram que há mais cannabis de grau mais forte no mercado, segundo a Casa Branca e o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA.
Dados da Universidade de Mississipi apontam que o nível médio de THC (o princípio ativo da maconha) nos produtos à base de cannabis aumentou de 7% em 2003 para 8,5% em 2006. Esse nível tem aumentado gradualmente desde 1988, quando era de 3,5%.
Nora Volkow, diretora do instituto de abuso de drogas, teme que o problema não esteja sendo levado a sério porque muitos adultos lembram da maconha que usavam em sua juventude como algo inofensivo.
“Não é o mesmo tipo de produto”, afirmou Volkow. “Isso poderia explicar por que há um aumento de emergências médicas envolvendo a maconha.”
A Universidade do Mississippi compilou dados de 59.369 amostras de cannabis, 1.225 de haxixe e 443 de extrato de haxixe confiscados desde 1975. “A concentração mais alta `de THC` encontrada foi de 33,12%, em uma amostra de maconha da polícia estadual do Oregon”, diz o relatório.
Os especialistas afirmam que mais de 60% dos adolescentes americanos em tratamento por abuso ou dependência de drogas relatam que a maconha é o principal produto consumido.
“Embora o número de jovens usando maconha tenha diminuído nos últimos anos, ainda há motivo para preocupações, particularmente porque cerca de 60% dos usuários iniciantes têm menos de 18 anos”, disse Volkow.
De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Uso de Drogas, 4,1 milhões de americanos, ou 1,7% da população, afirmaram que usam maconha.