A força de trabalho nos EUA encolheu em mais de 1,2 milhão de imigrantes entre janeiro e julho deste ano, segundo dados preliminares do Censo analisados pelo Pew Research Center. A redução inclui tanto pessoas sem documentos quanto residentes legais e marca o primeiro recuo na população imigrante desde que o número de indocumentados bateu recorde de 14 milhões em 2023.
Imigrantes representam cerca de 20% da força de trabalho americana, mas em setores específicos a presença é ainda maior: 45% na agricultura, pesca e silvicultura; 30% na construção civil; e 43% nos serviços de saúde domiciliar, de acordo com a pesquisa. Especialistas alertam que a escassez de trabalhadores ameaça desde o abastecimento de alimentos até o atendimento em hospitais e lares de idosos.
No campo, produtores relatam que safras de melancia, milho e algodão ficaram comprometidas por falta de mão de obra. “Na época do pico da colheita, muitos produtos estragaram por não haver trabalhadores suficientes”, disse Elizabeth Rodriguez, da organização National Farmworker Ministry, no Texas.
Na construção civil, os efeitos também são visíveis. Em metade das áreas metropolitanas do país houve queda no número de empregos no setor. Somente na região de Riverside-San Bernardino, na Califórnia, foram 7,2 mil vagas a menos. Em Los Angeles, a perda chegou a 6,2 mil.
Além da queda na oferta de novos imigrantes, operações em fazendas, canteiros de obras e até lavanderias provocaram paralisações e insegurança. “As pessoas estavam sendo levadas das ruas, de lavanderias, de locais de trabalho”, relatou a agricultora Lisa Tate, que administra 800 acres de terras na Califórnia.
Com informações da AP.