Histórico

Miami-Dade pode ter ID para indocumentados

Documento será uma identidade única dos moradores do condado e facilitará o acesso a serviços públicos

Commissioner Juan C. Zapata
Commissioner Juan C. Zapata

DA REDAÇÃO (com Agências) – O condado de Miami-Dade pode juntar-se a vários outros condados e cidades do país que emitem carteiras de identidades especiais para imigrantes. O documento será uma identidade única dos moradores do condado e serve no auxílio para o acesso a serviços públicos.

O vereador (commissioner) Juan C. Zapata propôs um estudo para a viabilidade e os benefícios que uma identidade exclusiva para o condado pode trazer, e adotou um plano para entrar em vigor em 180 dias. O estudo foi aprovado por um comitê municipal na semana passada e pode ir à votação na Câmara do Condado (Comission Board) já na próxima terça-feira (21). Caso seja aprovada, o prefeito (mayor) Carlos Gimenez terá 180 dias para apresentar seu parecer, o que deve ocorrer até dezembro de 2015.

Diversos grupos e organizações da comunidade em Miami-Dade falaram sobre o que esse documento de identidade significaria para milhares de residentes. Além do Miami Workers Center, outras associações de trabalhadores, fazendeiros, uniões de famílias, imigrantes e outros, pedem há anos por uma identidade que pode ser usada como uma ID para todo o condado.

“Estamos muito felizes em saber que tem um político trabalhando para benificiar todos os residentes de Miami”, disse Rosana Araujo, imigrante indocumentada que vive em Miami há mais de 14 anos e vice-presidente do Miami Workers Center. “Como uma vítima de violência doméstica e imigrante sem stautus, esse seria um grande avanço para pessoas como eu”, disse.

Rosana, que é do Uruguai, reforça seu argumento dizendo que a população de Miami é muito diversificada e composta por um grande número de imigrantes sem documentos e famílias de baixa-reda, com um alto número de pessoas que não têm um documento de identificação padronizado. “Essas pessoas têm medo de reportar crimes à polícia e também sofrem para terem acesso a serviços públicos e privados, como bancos e livrarias. Nós constituímos uma força importante de trabalho que também pagamos impostos e temos direito a uma identidade”, disse.

“Temos muito que agradecer aos vereadores por darem esse grande passo que irá beneficiar muito a comunidade. Estamos felizes porque eles nos ouviram, em especial o comissioner Zapata”, disse Trenise Bryante, uma africana-americana que preside o Miami Workers Center.

A identidade local estaria disponível para todos os residentes do condado, mas beneficiaria mais diretamente grupos mais vulneráveis, como imigrantes indocumentados, sem-tetos, ex-presidiários e idosos. A cidade de New Haven, em Connecticut, foi a primeira americana a estabelecer um programa de identificação municipal, em 2007. Desde então, várias cidades da Califórnia, New Jersey, New York e Washington, D.C. juntaram-se à lista.

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